GCMs são presos após execução de adolescente

Dois guardas civis municipais (GCMs) de Cotia, na Grande São Paulo, foram presos em flagrante na manhã do último domingo (29) após a morte de um adolescente suspeito de envolvimento em um roubo de veículo. A versão apresentada pelos agentes — de que houve confronto armado — foi desmentida por imagens de câmeras de segurança analisadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

De acordo com os depoimentos prestados pelos GCMs, a perseguição teve início após o roubo de um carro no km 19 da Rodovia Raposo Tavares. Segundo os agentes, os suspeitos colidiram o veículo e fugiram a pé, atirando contra a viatura. Em resposta, os guardas afirmaram ter revidado, atingindo um dos suspeitos, que morreu no local.

No entanto, vídeos captados por câmeras da região contradizem essa narrativa. As imagens mostram dois jovens fugindo da viatura da GCM. Um deles consegue escapar, enquanto o outro, o adolescente, é atingido pelas costas e cai na rua, sem oferecer resistência ou disparar contra os agentes. A sequência da filmagem indica que não houve confronto armado, como alegado inicialmente.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que as armas dos guardas foram apreendidas e que a perícia foi acionada. O caso foi registrado como homicídio na Divisão de Homicídios do DHPP, que conduz a investigação.

Suspeita de roubo e sequestro

A Prefeitura de Cotia também se manifestou, confirmando que o adolescente e um comparsa eram suspeitos de roubarem veículos no município e de manterem uma vítima refém dentro do porta-malas de um dos carros.

"Devido à proximidade territorial entre Cotia e a cidade de São Paulo, os agentes atuaram no perímetro do km 19 da Rodovia Raposo Tavares, onde ocorreu a interceptação e a perseguição que culminou nos fatos investigados", disse a administração municipal, em nota.

Segundo a gestão local, as vítimas do roubo não sofreram ferimentos. Os dois GCMs envolvidos foram afastados preventivamente das funções operacionais como medida cautelar.

A Secretaria de Segurança Pública de Cotia afirmou, por fim, que “reforça seu compromisso com a transparência, o respeito à legalidade e o acompanhamento rigoroso dos fatos”. O caso segue sob investigação.

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