Lula chama Bolsonaro de “frouxo”: pede “anistia antes de condenação"
"Quero que provem que já teve um presidente mais decente com vocês do que este governo", disse à plateia formada por produtores rurais

Na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025-2026, realizada nesta terça-feira (1º) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a presença de produtores rurais para criticar, de forma indireta, seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Em um discurso enfático, Lula afirmou que jamais pedirá doações via PIX a apoiadores e disse que nunca solicitará anistia sem antes ser condenado pela Justiça. “Quero que provem que já teve um presidente mais decente com vocês do que este governo”, afirmou ao público do setor agropecuário. E reforçou: “Nunca vou pedir para vocês fazerem PIX para mim. Guardem o dinheiro para pagar os funcionários. Não quero PIX e jamais vou pedir anistia antes de ser condenado.”
A fala foi interpretada como uma resposta a Bolsonaro, que tem pedido contribuições por PIX para custear sua defesa em processos ligados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Além disso, aliados do ex-presidente defendem uma anistia para militares e civis envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
Lula ainda disparou: “Quem é frouxo não deveria fazer bobagem.”
Crédito recorde no Plano Safra
O evento marcou o anúncio de R$ 516 bilhões em crédito para o agronegócio no ciclo 2025-2026 — o maior volume já destinado ao setor. O foco é oferecer melhores condições para médios e grandes produtores, com incentivo à sustentabilidade, à modernização das máquinas e ao aumento da produtividade no campo.
O programa sinaliza a tentativa do governo de fortalecer os laços com o agronegócio, setor historicamente mais próximo da direita. Ao mesmo tempo, o discurso do presidente evidenciou o tom político que permeia as ações do Executivo, em meio à forte polarização no país.
Com indiretas, Lula busca reafirmar sua autoridade diante de um público estratégico e responder aos movimentos do principal adversário político, que segue mobilizando sua base de apoio.
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