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Ontem, mulheres foram decisivas, hoje, contra o fascismo, também serão!

Ontem, mulheres foram decisivas, hoje, contra o fascismo, também serão!

Foto: Googlemulheres foram decisivas
mulheres foram decisivas

Por séculos, de acordo com a sociedade patriarcal que prevaleceu, coube às mulheres apenas cuidar do lar, dos filhos e do marido. A primeira grande reviravolta nesse quadro se deu durante a 1ª Guerra Mundial, em virtude da escassez de mão de obra, momento em que elas tiveram que começar a sair de casa para manter a produtividade, principalmente da indústria bélica, em alta. Muitas trabalhavam 12 horas por dia, nos sete dias da semana, mas ainda eram rotuladas por frases como “fábrica não é lugar de conferência”, propagada por Henry Ford, porque, diferentemente dos homens, elas se comunicavam na linha de produção. Entre os anos de 1940 e 1960, período em que passou a se destacar tanto social quanto profissionalmente, as mulheres assumem um papel mais consciente de protagonista da história, em virtude da própria percepção de mundo. Hoje, aqui no Piauí e no Brasil, as mulheres escrevem no Livro de História mais um capítulo em torno de um mundo melhor. Já considerada vitoriosa, a campanha das mulheres contra o fascismo representado pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República ganhou as redes sociais com a hashtag #EleNão e, hoje, dá o seu maior passo, ao ganhar as ruas de centenas de cidades do Brasil e em algumas das principais do mundo. Em Teresina, as mulheres se concentram a partir das 16 horas na praça da Liberdade, no centro da cidade. Em São Paulo, no Largo da Batata e no Rio, na Cinelândia, os protestos estão marcados para as 14h.

A onda de protestos faz frente, de forma democrática, às declarações – carregadas de preconceito contra as mulheres, negros, pobres, homossexuais e demais minorias – e também ao plano de governo do candidato – que privilegia as elites e retira ainda mais direitos dos trabalhadores. Também serão repudiadas as ações truculentas que caracterizam os apoiadores de Bolsonaro, que comumente criam e espalham mentiras, discursos de ódio e até mesmo tentam censurar opositores. O protagonismo feminino do movimento ganhou apoio imediato de diferentes representações sociais. Comunidade LGBTI+, movimento negro, movimento estudantil, torcidas organizadas, artistas, cientistas, intelectuais e empresários, entre outros, aderiram à mobilização de repúdio ao fascismo. A intensa movimentação nas redes sociais pelo #EleNão viralizou desde o início – em poucas horas, a página Mulheres contra Bolsonaro, no Facebook, conquistou apoio de milhões – e derivou até mesmo para o bom humor, de forma a ampliar a convocação para os atos deste sábado. "Eventos" criados por internautas nas redes sociais convocam até mesmo alienígenas contra o candidato.

A lista segue com duendes, gatos, defensores dos animais, amantes de sushi, os que gostam de catuaba, meteoros, ioguines, entre centenas, e até um "apoiadores de Bolsonaro contra o Bolsonaro". A convocação para os protestos também vem sendo feita por diversos vídeos postados nas redes sociais, tanto por mulheres de destaque em seus campos de atuação, quanto por cidadãs comuns, que encorajaram-se a manifestar seu repúdio representado pela candidatura do deputado federal e capitão reformado do Exército. É difícil precisar o número de atos organizados nas demais capitais e em outras cidades do país. No exterior, serão ao menos 15. "A gente não precisa desse retrocesso. Sou uma mulher que batalhei dentro do sertanejo para quebrar todo o preconceito de um mercado completamente machista", disse a cantora sertaneja Marília Mendonça, que chegou a ser, ela e sua família, ameaçada por seguidores radicais do candidato. "Dia 29 estaremos todas nas ruas para dizer "Ele não!"". O que está em jogo é a democracia.

Esse candidato defende valores fascistas. Ele não respeita as mulheres, acha racismo normal, se coloca contra cotas e projetos sociais que dão dignidade para as pessoas. É homofóbico e defende a tortura. Por isso não. Não!, para quem finge ser "diferente", e que, em 27 anos de vida pública, nunca aprovou um projeto de lei que melhorasse a vida de seus eleitores.

O Brasil não pode embarcar em uma aventura falaciosa que pode custar vidas", resume a atriz Camila Pitanga. Veja agora a programação do 29/09 MULHERES CONTRA BOLSONARO em Teresina, no Piauí. 16:00 horas – CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DA LIBERDADE (próximo à Igreja de São Benedito) - oficina de cartazes - caminhada pela Frei Serafim até o Espaço Cultural Francisco das Chagas Junior 17:40 horas – RECEPÇÃO ÀS MULHERES NO ESPAÇO CULTURAL E VIGÍLIA 18:00 horas – SHOW Soraya Castelo Branco, Ricardo Totte, Bia e os Becks, Carol Costa, Felipe Sousa, Geraldo Brito, Zé Quaresmo (Validuaté), Júlio Medeiros, Roraima, Jamile Jah, Esther, Roberto Carvalho, Jean Medeiros, Vinicius Carvalho, Giuliana Albano, Machado Júnior, Edvaldo Nascimento, Moisés Chaves, Ivan Silva, Nil Cordeiro, Preto, Luzia Amélia, Chapa Quente, Kedé, Grupo de Dança da UFPI

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