Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

A mídia e a política

Foto: ReproduçãoA mídia e a política
A mídia e a política

 

Em ano eleitoral, é perceptível a convergência e a articulação entre os cenários políticos, sociais, econômicos, mediáticos, os discursos televisivos e as propostas políticas de candidatos, diante das demandas da sociedade (e/ou dos eleitores). No processo eleitoral, o direito à “liberdade de expressão” – e não o “direito ao ódio ou a misoginia” – é positivo, para promover a difusão de múltiplos pontos de vista, incentivando o debate através do acesso à informação.

A interação entre a mídia e a política é necessária, para estimular a troca de ideias divergentes de forma a reduzir e prevenir tensões e conflitos. Porém, é óbvio que, “(...) o limite do direito de liberdade de expressão se dá quando, sob essa pretensa liberdade, atinge-se a honra, a dignidade ou mesmo a democracia”: a sujeição é violência.

Ressalte-se, também, que além da honra, a liberdade de expressão encontra limite quando se trata de discursos de ódio, que incitam a violência, a agressão, a anulação ou a eliminação de outrem. Contudo, além do processo eleitoral, todo cidadão pode expressar suas ideias, por mais absurdas e estapafúrdias que sejam, desde que não coaja a terceiros.

Na atual conjuntura, os meios de comunicação são relevantes e úteis, e têm responsabilidades, dentro do sistema político, pois exercem influências nas decisões do público, inclusive na opinião pública. Nesse contexto, o papel das mídias (jornais, rádios, tevês, portais de notícias e redes sociais) nas sociedades contemporâneas é informar os cidadãos sobre as questões que lhes interessam e que afetam as suas vidas. Bem como publicizar as ações e as intenções do governo, o funcionamento do Estado, as opiniões públicas, as demandas dos diferentes grupos sociais etc.

Para efetivar uma articulação entre os cenários políticos, as medias e as demandas da população é fundamental entender o pressuposto de comunicação com a política. Isto é, para obter sucesso, todas campanhas de comunicação social devem dialogar com a pluralidade de ideias e de opiniões públicas (do povo; do eleitor), com o objetivo de persuadir a votarem em determinado candidato e rejeitar os seus adversários e planos.

No processo eleitoral, a principal função da mídia é propagar a informação qualificada e permitir o debate de ideias. Com isso, estará ajudando os cidadãos a compreenderem os detalhes da política partidária, estimulando a consciência das pessoas/eleitores para a análise e tomada de decisões em níveis mais altos.

Por um lado, a mídia tem o papel de captar os pontos de convergência da pluralidade de opiniões no âmbito da sociedade (saúde, educação, assistência social, trabalho e renda etc.); reverberar as convergências da pluralidade de opiniões; dar voz e vez aos interesses do povo nas campanhas de comunicação social, dialogando com as perspectivas de poder dos candidatos e dos partidos; e, principalmente, usar as mensagens políticas como instrumento estratégico.

Por outro lado, a mídia pode ser bem utilizada para avaliar e repercutir as estratégias de persuasão, tais como: conduzir e mediar o diálogo político entre os candidatos e os eleitores; analisar a estratégia eleitoral e política dos candidatos e dos partidos vitoriosos e derrotados; inferir ou deduzir sem ilusões as ideias e propostas políticas; perceber as motivações psicológicas, políticas e econômicas dos eleitores no processo de aceitação, rejeição e de influência na condução estratégica de campanhas; associar as mensagens midiáticas à aceitação dos candidatos junto aos interesses do povo/eleitor.

Portanto, a mídia assumiu, hoje, o papel de mediadora do conhecimento e das expectativas da população, com uma grande influência na sociedade – na economia, na cultura, na política etc.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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