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Lula liberta escravos da era Temer/Bolsonaro

Número de resgatados da escravidão dispara em 2023 e é o maior em 14 anos

Foto: ReproduçãoComendo no chão sob o sol, vítimas foram atraídas por falsas promessas de boas condições de trabalho
Comendo no chão sob o sol, vítimas foram atraídas por falsas promessas de boas condições de trabalho

Por Leonardo Sakamoto, jornalista, no facebook 

O Brasil encontrou 3.190 trabalhadores em condições análogas às de escravo em 2023. O número é o maior desde os 3.765 resgatados em 2009. Foram 598 operações de fiscalização e R$ 12,8 milhões de verbas trabalhistas pagas nos resgates, dois recordes no período de um ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Celebra-se, neste domingo (28), o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data foi escolhida por causa da Chacina de Unaí, quando quatro servidores públicos foram executados no noroeste de Minais Gerais, durante uma fiscalização trabalhista, a mando dos fazendeiros Antério e Norberto Mânica, há exatos 20 anos.

No ano passado, o país ultrapassou 63 mil trabalhadores flagrados desde a criação dos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel, base do sistema de combate à escravidão no país, em maio de 1995.

A atividade de onde mais trabalhadores foram resgatados foi o cultivo de café (302 pessoas), seguida pelo de cana-de-açúcar (258), a limpeza e preparação da terra (249) e a produção de uva (210). Mas considerando a quantidade de operações de resgate, a atividade econômica campeã foi a criação de bovinos de corte, seguida por serviços domésticos, o café e a construção civil.

No total, 85% de todos os resgatados eram trabalhadores rurais, com a maioria dos casos envolvendo utilização intensiva de mão de obra terceirizada, em especial de migrantes internos, em períodos de colheita. Goiás foi o estado com o maior número de resgatados (739), acompanhado por Minas Gerais (651), São Paulo (392), Rio Grande do Sul (334) e Piauí (158).

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