Economia

Desemprego cai a 6,2% e bate recorde de carteira assinada

IBGE aponta alta recorde no emprego com carteira assinada, queda na informalidade e menor número de desalentados desde 2016


Reprodução Desemprego cai a 6,2% e bate recorde de carteira assinada
Carteira de Trabalho

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo IBGE. Esse é o menor percentual já registrado para o período desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012. O índice representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,8%) e de 1,0 ponto frente ao mesmo intervalo de 2024 (7,1%).

Outro dado expressivo foi o recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado: 39,8 milhões. O número permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, mas representa alta de 3,7% na comparação anual. O mercado de trabalho também registrou queda na informalidade e no desalento, indicando uma recuperação sustentada.

Menos desocupados, mais formais

Entre março e maio, 6,8 milhões de pessoas estavam desocupadas, uma redução de 644 mil pessoas (-8,6%) em comparação com o trimestre anterior. Frente ao mesmo período de 2024, a queda foi de 12,3%, com 955 mil pessoas a menos em busca de emprego.

Segundo William Kratochwill, analista do IBGE, o principal fator para a redução do desemprego foi o aumento do número de pessoas ocupadas, que chegou a 103,9 milhões — um crescimento de 1,2 milhão no trimestre (+1,2%) e de 2,5% no ano. O nível da ocupação subiu para 58,5% da população em idade de trabalhar.

Informalidade recua e desalento atinge menor nível desde 2016

A taxa de informalidade caiu para 37,8%, o equivalente a 39,3 milhões de trabalhadores, abaixo dos 38,1% registrados no trimestre anterior e dos 38,6% de um ano atrás. A queda foi puxada pela estabilidade no número de empregados sem carteira (13,7 milhões) e pelo aumento do trabalho por conta própria com CNPJ — que cresceu 3,7% no trimestre e 8,4% em 12 meses.

O número de desalentados também diminuiu, totalizando 2,89 milhões — o menor patamar desde 2016. “A melhora contínua nas condições do mercado de trabalho impulsiona essas pessoas a voltarem a procurar emprego”, explicou Kratochwill.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho caiu de 15,7% para 14,9% no trimestre, 1,9 ponto percentual abaixo da observada um ano antes.

Setor público impulsiona crescimento das ocupações

Entre os dez grupamentos de atividade analisados, apenas o setor público ampliado — que inclui administração pública, educação, saúde e assistência social — teve crescimento no número de ocupados em relação ao trimestre anterior. O movimento é sazonal, ligado ao início do ano letivo, que demanda contratação de professores, cuidadores, cozinheiros, entre outros.

Na comparação anual, cinco setores se destacaram com aumento de vagas: Comércio e reparação de veículos (+655 mil), Indústria geral (+501 mil), Transporte e correio (+395 mil), Atividades financeiras e administrativas (+475 mil) e setor público ampliado (+625 mil). Já a agropecuária perdeu cerca de 307 mil ocupações.

Renda se mantém estável, mas massa salarial bate recorde

O rendimento médio mensal real habitual ficou em R$ 3.457, estável frente ao trimestre anterior e 3,1% acima do valor registrado em 2024. Já a massa de rendimento real habitual, que soma os rendimentos de todos os ocupados, atingiu R$ 354,6 bilhões — novo recorde da série. O valor representa aumento de 1,8% no trimestre (R$ 6,2 bilhões) e de 5,8% no ano (R$ 19,4 bilhões).

Segundo o IBGE, esse avanço se deve principalmente ao crescimento do número de trabalhadores, e não a aumentos salariais.

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: