Economia

Wellington Dias diz que discussão sobre aumento do Bolsa Família "está na mesa"

Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social disse que uma decisão deverá ser tomada até o final de março


Lula Marques/ Agência Brasil Wellington Dias diz que discussão sobre aumento do Bolsa Família "está na mesa"
Wellington Dias

Em entrevista exclusiva à DW Brasil, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, abordou a atual situação do Bolsa Família e os impactos da inflação alimentar no Brasil. Com uma alta superior a 8% nos preços dos alimentos em 2024, o ministro destacou que o aumento dos custos será um fator crucial para possíveis ajustes no benefício.

Dias revelou que está preparando um relatório para apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até março deste ano, e que a decisão sobre a revisão do Bolsa Família será tomada após uma avaliação dos efeitos da inflação, especialmente no que se refere à alimentação básica. O ministro enfatizou que o impacto no poder de compra das famílias mais vulneráveis precisa ser levado em conta.

Lançado como uma das promessas de campanha de Lula, o Bolsa Família segue sendo uma ferramenta chave no combate à pobreza e à insegurança alimentar no Brasil. O ministro mencionou que o programa tem sido fundamental na luta contra a fome, e destacou a relevância da colaboração internacional para erradicar a pobreza global até 2030.

Dias também ressaltou o sucesso do programa na redução da extrema pobreza e na promoção da ascensão social de milhões de brasileiros, com o aumento da formalização do mercado de trabalho e o crescimento do empreendedorismo entre os mais pobres. Para ele, a redução da dependência do Bolsa Família passa pela geração de empregos e pelo estímulo ao empreendedorismo, além da integração entre as políticas de transferência de renda e a inclusão no mercado formal.

No entanto, o aumento nos preços dos alimentos gerou um descompasso no planejamento do governo, com o ministro reconhecendo que a alta na inflação alimentar exige ajustes no benefício, que atualmente é de cerca de R$ 600. "O ajuste está na mesa", afirmou Dias, afirmando que até março haverá uma decisão sobre o assunto.

O ministro também falou sobre o crescimento econômico do Brasil, que, segundo ele, vem mostrando sinais positivos, com uma previsão de crescimento entre 3,5% e 4% para 2025. Esse avanço, para ele, tem gerado mais empregos e aumento da renda, o que, a longo prazo, pode diminuir a dependência de programas assistenciais.

Outra estratégia do governo é incentivar o empreendedorismo, com iniciativas como o Programa Acredita, que oferece crédito facilitado para beneficiários do Bolsa Família. Além disso, o governo tem investido na qualificação profissional, com cerca de 9 milhões de pessoas em cursos para inserção no mercado de trabalho ou no empreendedorismo.

A insegurança alimentar também foi tema da conversa, com Dias destacando a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e da alimentação escolar para combater a desnutrição no país. Ele também mencionou a necessidade de equilibrar as exportações de alimentos, como café e milho, para evitar a escassez interna de produtos essenciais.

Apesar dos desafios, o ministro demonstrou otimismo em relação ao futuro do Bolsa Família, ressaltando que a aposta do governo é na redução da pobreza por meio da geração de empregos e do empreendedorismo. "A nossa aposta é uma redução cada vez maior do número de benefícios em razão da empregabilidade e do empreendedorismo", concluiu.

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