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Silvio Almeida promete “cair atirando”, mas novas denúncias aparecem

Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida reuniu vídeos e mensagens para tentar rebater denúncia de assédio sexual contra Anielle Franco


Silvio Almeida promete “cair atirando”, mas novas denúncias aparecem
Silvio Almeida e a professora Isabel Rodrigues

Metrópoles - O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, reuniu elementos como vídeos e mensagens para tentar rebater a acusação de que teria assediado sexualmente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. 

O material inclui, por exemplo, trocas de mensagens entre Silvio Almeida e Anielle e um vídeo de câmeras de um restaurante no bairro Asa Norte, em Brasília, no qual os dois teriam jantado uma vez.

Os elementos já foram apresentados pelo titular da pasta de Direitos Humanos aos ministros da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

A mando de Lula, Messias e Vinícius ouviram as explicações de Silvio Almeida durante uma reunião na noite de quinta-feira (5/9), no Palácio do Planalto.

No encontro, Silvio Almeida negou com veemência as acusações aos colegas ministros. Ele ainda acusou outros integrantes do governo e aliados de Lula de estarem por trás das denúncias para tentarem pegar seu cargo.

Apesar das explicações, no Planalto a avaliação é de que a permanência de Silvio Almeida no governo se tornou “insustentável”. Para auxiliares do presidente da República, o ideal seria o ministro pedir demissão.

O titular dos Direitos Humanos, no entanto, não tem demonstrado disposição em fazer isso. Silvio Almeida, inclusive, sinalizou a colegas do governo que, se cair, “cairá atirando”.

Nova denúncia 

A professora Isabel Rodrigues, candidata a vereadora de Santo André (SP) pelo PSB, disse nesta sexta-feira (6/9) que sofreu assédio sexual do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigues disse que Almeida colocou a mão em suas partes íntimas durante um almoço em 2019. 

Segundo Rodrigues, ela, Silvio Almeida e um grupo foram almoçar na Praça da República, em São Paulo, após um curso dado pelo então advogado, em 2019.

“Eu sentei do lado do Silvio. Ele estava do lado direito, eu do lado esquerdo. Eu estava de saia. Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas, com vontade. Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem”.

Rodrigues afirmou também que, depois do episódio, ligou para Almeida. Segundo a professora, o diálogo foi o seguinte:

“Você cometeu uma violência sexual comigo, você é advogado e sabe que isso é violência”.

“Você está louca, Isabel? Quantas vezes nos encontramos e não aconteceu nada?”

“‘Mas dessa vez aconteceu, Silvio. Eu quero que você me responda. Eu consenti em você colocar a mão nas minhas partes íntimas?”

“Você está louca”.

Ainda de acordo com Rodrigues, Almeida disse que procuraria uma terapia porque “tinha feito mal para uma amiga de que gostava muito”. “Entendendo melhor a situação, acredito que ele quis que eu ficasse com pena dela”, completou a professora.

“Sei que podem vir pessoas dizendo que estou usando isso para me promover. Sou candidata. Se não fizer isso agora, se não prestar solidariedade a mim, às mulheres nesse momento quando as coisas estão pipocando, quando será? Quando passar? O momento é hoje”, acrescentou Isabel Rodrigues.

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