Cultura

A 16ª Procissão das Sanfonas e a exaltação da cultura Nordestina

Todo 2 de agosto, data que rememora o encontro de Luiz Gonzaga com o céus, e celebrou os 180 anos de Padre Cícero e os 90 de João do Vale.


Renato Rodrigues/Pensar Piauí A 16ª Procissão das Sanfonas e a exaltação da cultura Nordestina
Procissão das Sanfonas aconteceu no Centro de Teresina


A 16º Procissão das Sanfonas - um momento de rememorar alguns dos principais símbolos da cultura Nordestina - escolheu a Catedral de Nossa Senhora das Dores, na Praça Saraiva, para se reunir. A partir das 15h da sexta-feira (2), crianças, mulheres, homens, senhoras e senhores começaram a se encontrar. Logo, o sopro das sanfonas começou a tomar o ar com os acordes de Luiz Gonzaga. A ocasião, marcava os 35 anos de saudades do Rei do Baião.

Neste dia, os adeptos também celebravam os 180 anos de Padre Cícero e os 90 anos de João do Vale. Conforme as sanfonas chamavam, as zabumbas, triângulos, pandeiros e vozes faziam o clima quente entre as árvores da praça. Logo várias rodas de instrumentistas se formaram enquanto Gonzaga Lu começava a entoar os hinos do Rei. A missa para benzer as sanfonas logo começaria, e o pensarpiauí conta agora como foi este dia de honra, que culminou com muito pé-de-serra na Casa de Odilon Nunes – Museu do Piauí, na Praça da Bandeira.

O celebrante

Integrante da Procissão das Sanfonas desde sua primeira edição, o Padre Antônio Cruz chegou à praça e logo começou a falar com todos e todas. Apertos de mão, sorrisos, as crianças mostrando o que haviam aprendido entre um ano e outro.

“É algo que está aqui dentro. E eu sou romeiro, sou peregrino. Eu ando”, disse o padre, que com os olhos voltados a multidão que se formava, completou. “E minha vida é andar por este país para ver se um dia, descanso feliz. E esse ano então celebrar os 35 anos da passagem para a eternidade de Luiz Gonzaga, os 180 anos de Padre Cícero e os 90 de João do Vale é motivo de muita alegria”, ressaltou.

O organizador

Wilson Seraine não parava de andar de um lado para outro. Falava com algum amigo, tirava foto com as crianças, corria para ajeitar os isopores e caixas com camisas no caminhão. Toda a agoniação passou no momento em que pôs seu guarda-peito e seu chapéu de couro.

“16ª Procissão, sempre com Luiz Gonzaga e sempre homenageamos algumas pessoas. Esse ano houve a feliz coincidência muito agradável dos 180 anos de Padre Cícero, os 90 anos de nascimento de João do Vale. Agora, estamos organizados, vamos entrar na Igreja e fazer nossa celebração para seguirmos”, disse ele rapidamente, enquanto já assumia o comando para colocar os adeptos dentro da igreja.

A missa

Dentro da Igreja, os sanfoneiros e sanfoneiras, novos e velhos foram para a frente do altar e ajudaram o padre. A benção das sanfonas e a leitura do evangelho logo anunciavam: era chegado o momento de ir para as ruas e fazer com que os sons, sotaque, sorrisos ocupassem o coração do centro de Teresina. 

A marcha se organizava para tomar seu rumo e o pensarpiauí conversou com Gonzaga Lu sobre este momento tão significativo. Confira a entrevista:

Sempre há uma primeira vez

Presente na procissão já há algum tempo, a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores, Euzuilia Calisto chegava ao evento pela primeira vez com sua sanfona e contou a nossa reportagem sobre este sentimento.

“Sou uma grande admiradora desse instrumento, eu ainda estou aprendendo e participo porque acho muito bonito. Sempre participava de forma bem tímida, sem a minha sanfona, mas dessa vez eu resolvi trazer ela pela primeira vez. Eu acho ótimo tudo isso, não há instrumento mais bonito que a sanfona”, decretou.

A procissão seguia com os lojistas do centro aproveitando o fim do expediente de sexta-feira com um pouco de forró. Do outro lado, na Praça da Bandeira, o palco já estava pronto na frente da casa de Odilon Nunes e Gonzaga Lu, cercado de jovens e crianças no palco, finalizou o dia com muita exaltação à Luiz Gonzaga e a cultura Nordestina.

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