Portador ilegal de cobra está em prisão temporária
Ele é investigado por um suposto esquema de tráfico de animais, crime ambiental e de tentar atrapalhar as investigações
O estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck, picado por uma cobra naja no início de julho, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta quarta-feira (29). O jovem, de 22 anos, é suspeito de crime ambiental e de tentar atrapalhar as investigações.
Pedro foi detido na própria residência, no Guará, por equipe da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), responsável pelas investigações. A prisão é temporária, tem validade de cinco dias e pode ser prorrogada. A medida faz parte da quarta fase da Operação Snake, que investiga esquema de tráfico de animais
O amigo de Pedro, Gabriel Ribeiro de Moura, de 24 anos, foi detido no dia 22 de julho por suposta tentativa de ocultar provas de crimes, sendo apontado como o responsável por esconder serpentes do colega. No último sábado (26), o 1º Juízo Criminal do Gama prorrogou a prisão temporária por mais cinco dias. Ele é suspeito de participar do esquema criminoso. Outros dois estudantes amigos do Pedro também prestaram depoimento, mas não chegaram a ser presos.
Pedro criava a naja em casa e teria ainda a posse de outras cobras exóticas, sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Após ser picado, o jovem, que chegou a ficar em coma, recebeu alta no dia 13 de julho, mas apresentou um atestado médico e só prestaria depoimento em agosto.
Em 16 de julho, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) informou que o estudante foi multado em R$ 81,3 mil por também dificultar a ação do órgão, manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos.
Investigações e esquema criminoso
Segundo a Polícia Civil, o estudante criava a cobra em casa ilegalmente e seria o proprietário de pelo menos outras 16 serpentes. Nas redes sociais, Pedro compartilhava fotos com os animais.
Nas últimas semanas, a Polícia Civil intensificou as investigações sobre a criação ilegal de espécies exóticas no DF. Segundo a corporação, o caso da naja revelou um esquema de tráfico de animais com prováveis ramificações internacionais.
Nesta última quinta (23), uma servidora do Ibama foi afastada das funções por suspeita de envolvimento no esquema. Antes disso, em 17 de julho, um outro funcionário do órgão já havia sido suspenso pelo mesmo motivos.