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A agência eleva nota de crédito do Brasil. Haddad comemora

Novo rating reflete desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado

Foto: DivulgaçãoFernando Haddad
Fernando Haddad

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito do Brasil, com perspectiva em estável.

De acordo com o comunicado da Fitch, a atualização da classificação de risco do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado “em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso e a expectativa da Fitch de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”.

A nota do Brasil foi rebaixada pela agência de risco em 2018 em meio à crise das contas publicas e pela demora da aprovação da reforma da Previdência na ocasião.

Apesar da melhora, a nova nota do País ainda indica um “grau especulativo”, o que significa que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

A agência explica também, em seu comunicado, que a nova nota para o risco do Brasil é sustentada pela grande e diversificada economia do país, que tem alta renda per capita e mercado doméstico forte, além de um grande colchão de liquidez que sustenta a flexibilidade do financiamento soberano, com uma alta parcela da dívida em moeda local, o que dissolve riscos e exposições a variações cambiais.

“Os ratings também são sustentados pela capacidade de absorção de choques, sustentada por uma taxa de câmbio flexível, reservas internacionais robustas e uma posição soberana líquida de credores externos”. Já as limitações para a nota, de acordo com a agência, são a alta dívida do governo, a rigidez fiscal, o fraco potencial de crescimento econômico e pontuações de governança relativamente baixas.

Por outro lado, são pontos de atenção para o Brasil, segundo a Fitch, o alto endividamento público, rigidez fiscal e frágil potencial de crescimento econômico.

O comunicado da Fitch afirma também que, embora as tensões políticas desde o rebaixamento de 2018 ainda persistam, o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais.

A agência afirma, ainda, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores. Mas, mesmo assim, espera-se que “o pragmatismo e contrapesos institucionais evitem desvios radicais de políticas macro ou micro, enquanto o governo também está buscando iniciativas para apoiar o setor privado”.

Haddad comemora

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), recebeu com entusiasmo a notícia da decisão da agência de classificação de risco Fitch, que elevou a nota de crédito do Brasil (rating soberano) nesta quarta-feira (26), destacou o jornal O Globo. A classificação passou de "BB-" para "BB" e a perspectiva é considerada estável.

A mudança de patamar coloca o Brasil a apenas duas notas de distância do tão almejado grau de investimento, que é uma espécie de "selo" concedido aos países considerados bons pagadores, ou seja, capazes de cumprir suas obrigações financeiras. O grau de investimento é um fator atrativo para investidores, que enxergam o país como uma opção segura e confiável para aplicação de recursos. Haddad destacou que a harmonia entre os poderes é a chave para alcançar esse objetivo.

"Eu sempre disse, e continuo acreditando, que a harmonia entre os poderes é a saída para que nós voltemos a obter grau de investimento. Um país do tamanho do Brasil não tem sentido não ter grau de investimento. Não tem cabimento esse país viver o que viveu nos últimos dez anos”, declarou o ministro.

Haddad aproveitou para destacar o apoio que tem recebido do Congresso e fez agradecimentos especiais aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela colaboração nas ações governamentais.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, reforçou que a decisão da Fitch está alinhada com o que o governo tem anunciado desde o início do ano, mostrando que os esforços e políticas adotadas estão sendo reconhecidos pelas agências de classificação de risco.

Com informações da CNN e 247

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