Cultura

Manto Tupinambá retorna ao Brasil após 330 anos na Dinamarca

O artefato sagrado está no Museu Nacional e o povo Tupinambá ainda não teve acesso ao mesmo.


Museu Nacional da Dinamarca Manto Tupinambá retorna ao Brasil após 330 anos na Dinamarca
Manto Tupinambá tem aproximadamente 400 anos e liga seu povo aos ancestrais

Nesta quinta-feira (11), o Museu Nacional confirmou que o Manto Tupinambá, artefato indígena que se encontrava na Dinamarca desde o século XVII, retornou ao Brasil. A instituição informou que a peça será apresentada nas próximas semanas, ainda com data a confirmar.

“Após a adoção de todos os procedimentos necessários para a perfeita conservação da peça, tão importante e sagrada para nossos povos originários, apresentaremos o manto à sociedade”, diz nota do Museu Nacional.

Com 1,80 metro de altura, o manto foi confeccionado com penas vermelhas de guará sobre uma fibra natural como base. Ele chegou ao Museu Nacional da Dinamarca em 1689 – portanto, no auge do período escravocrata. A hipótese é que o manto tenha sido confeccionado um século antes de ser extraviado para terras estrangeiras.

A doação da peça representa um resgate de memória do povo tupinambá, afinal, o manto é um elemento sagrado, responsável por conectá-los diretamente aos ancestrais e práticas culturais anteriores.

O desrespeito persiste

O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito), da Bahia, divulgou uma nota informado que em maio, havia sido acordado que o manto seria recebido nesta terra com uma cerimônia coordenada pelos próprios tupinambás, que receberiam ali um objeto de poder ancestral com mais de 400 anos.

No entanto, a cacique Maria Valdelice de Jesus – Jamopoty – foi informada via WhatsApp, na última segunda-feira (8), que o manto já se encontra no Museu Nacional do Brasil e que seria inviável organizar uma recepção antes da apresentação do artefato ao público.

“O manto retornou para nós, mas ainda não foi recepcionado pelo nosso povo, de acordo com as tradições. Esse manto de mais de 300 anos é um ancião sagrado que carrega consigo a história e a cultura do nosso povo, diz a nota dos povos tupinambás.

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