Fala presidente Lula que o povo te escuta!
Apesar de avanços concretos, Governo Lula enfrenta desafios na comunicação

Uma das discussões mais comuns de uns dois anos para cá, tem sido sobre a comunicação do Governo Lula; só perde mesmo para o futebol: brasileirão, seleção brasileira e copa do mundo de clubes. São debates salutares, desde que não haja ofensa ao interlocutor ou debatedor.
Da mesma forma que o Brasil é um país recheado de técnicos de futebol, embora para tentar solucionar a crise da seleção brasileira, tivemos que trazer um técnico europeu, descobrimos que o país é também rico em comunicadores sociais, que têm criticado e apresentado soluções para o problema de comunicação do Governo Lula. Eu também vou aproveitar a oportunidade para dar alguns pitacos.
Está muito claro para quem acompanha a política, que as forças democráticas, que apoiam o Governo Lula, apanham de goleada no campo da comunicação, principalmente da extrema direita. Ultimamente, o que tem prevalecido no Brasil é a versão, a narrativa e a fake News, em detrimento do fato.
Desde o começo do Governo Lula, o bolsonarismo trabalha com uma versão de que a economia está em frangalhos e que o Haddad é incompetente. Quando apareceram os problemas foi só colarem um selo aos nomes de Haddad e de Lula para turbinar suas narrativas fakes. Não importa se o desemprego é um dos menores da história, 6,2%, se o preço dos combustíveis, já passados dois anos e meio de Governo Lula, ainda é bem menor do que no Governo Bolsonaro. Em dezembro de 2022, a gasolina custava na refinaria R$3,08 o litro, hoje custa R$ 2,85; o óleo diesel custava em 2022 R$ 4,49 hoje custa R$ 3,27; não importa se o crescimento econômico é bom e sustentável, mais de 3% em média porá ano, superando completamente todos os prognósticos do mercado e dos eternos economistas consultados pela mídia.
Nestes tempos estranhos, vi prosperar pela primeira vez a ideia de que crescimento econômico e o desenvolvimento não são benéficos para o país. Tese esta bancada pela Globo e prontamente apoiada pela extrema direita.
O Governo tem cumprido quase todas as promessas de campanha: crescimento do emprego, melhoria na repartição da renda, crescimento da massa salarial, aumento do salário mínimo; Farmácia Popular com remédios e de graça; reerguimento do Minha Casa Minha Vida, etc. É claro que tudo isso tem um custo e um efeito colateral como o aumento da demanda por mercadorias, principalmente alimentos e consequentemente aumento de preços. Lei da oferta e da procura. Mas esse efeito pode ser perfeitamente combatido.
Qual o remédio? Para eles, a receita é sempre a mesma. Aumentar os juros para impedir investimentos e conter o crescimento, demitir os trabalhadores, cortar salários e benefícios. Ou seja, diminuir a procura para evitar a inflação. Mas o melhor remédio para o povo e para o país é aumentar a produção para atender ao crescimento da demanda, através de financiamentos e créditos mais baratos, com menos juros e com incentivos governamentais. Ou seja, o país deve estimular o círculo virtuoso da economia. Aumento produção para a tender ao aumento de demanda, que precisa de mão de obra, e cria mais emprego e assim melhoram as oportunidades e as condições de vida da população.
Pois, as forças do atraso e do boicote ao Brasil, encasteladas no Congresso e na mídia, são contra incentivos para os investimentos na produção e sempre vêm com a mesma cantilena, que, por sinal, nunca deu certo, mas repetem e repetem, desde a década de 1980 a proposta saída do Consenso de Washington, que originou o neoliberalismo, e se resume a aumento de juros e corte de gastos públicos com a redução do tamanho do Estado. Traduzindo, cortar direitos dos trabalhadores e benefícios dos mais pobres.
E assim tem sido em todas as áreas. Tudo que é feito para beneficiar a maioria da população é prontamente rechaçado, com forte oposição.
Um dos maiores desafios da educação no Brasil é manter o aluno do ensino médio na escola durante os três anos que dura essa etapa. O Governo criou o Programa “Pé de Meia”, que garante uma bolsa e uma poupança para os alunos de famílias de baixa renda, como estímulo para permanecerem na escola. Rapidamente, surgiu uma oposição monumental ao Programa. Já houve até bloqueio dos recursos por um ministro do TCU. Felizmente o Governo conseguiu desbloquear os recursos. Todo mundo sabe que a adolescência é uma etapa definidora dos rumos da vida e quando a oposição age contra um programa fundamental como este, está atuando contra a sociedade, impedindo o progresso de uma parcela da população.
Vemos agora, nas discussões do problema fiscal do Brasil, a solução que os deputados e senadores da extrema direita estão encontrando é tirar os recursos do Pé de Meia, do aumento do salário mínimo e do BPC, Benefício de Prestação Continuada, e, para fechar a conta, também querem retirar da saúde e das aposentadorias.
A síntese de tudo o que eles pensam como solução para o Brasil está na proposta feita por Armínio Fraga, um dos queridinhos do “mercado” e da mídia. O economista propôs o congelamento do salário mínimo por seis anos.
Ele sugeriu essa medida como forma de controlar as contas públicas da Previdência argumentando que o crescimento das despesas previdenciárias está fora de controle. Uma proposta que, em sã consciência, nunca imaginávamos que alguém tivesse coragem de defender publicamente. Pois ele a fez e ainda se sentiu como bonzão. Foi aplaudido pela elite e pelos bilionários, os super ricos.
Pois bem, a população não recebe essas informações como elas são de fato. Recebem só as fake News, que fazem com que apoie exatamente aquilo que lhe prejudica e que beneficia os de cima. Pois é o objetivo.
No começo do Governo, atribuíam a responsabilidade por todos os problemas da comunicação ao então Ministro Paulo Pimenta. Lula aceitou a crítica e trocou o Ministro. Depois de uma certa euforia da troca, tudo voltou “status quo ante”; ou seja, déficit de comunicação. O Governo não consegue comunicar o que fez, o que faz, o que deseja fazer. Se há comunicação, ela não chega no povo; se chega é só com muitos ruídos.
A comunicação não é um evento isolado, independente e mágico que faz as pessoas enxergarem com clareza uma realidade que se quer transmitir. Não, a comunicação é uma soma de fatores informativos e informacionais que convergem para o mesmo ponto. Ou seja, a comunicação é parte das ações e do comportamento do Governo. Ela só vai mudar se o Governo mudar sua postura. Sem isso, nada feito e continuaremos caminhando, a passos largos, para o precipício, nesse reinado da fake News.
Opa, apareceu algo novo no ar. De repente, uma mudança de postura na esquerda, que foi fortemente provocada pela direita do Congresso, como a rasteira dada no Governo, na votação do IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, e aumento do número de deputados. Isso provocou uma mudança de postura que foi rapidamente entendida pelas bases sociais e políticas que estavam adormecidas. Jorraram as denúncias, em vídeos bem humorados elaborados com apoio da inteligência artificial, com denúncias contra aqueles que vêm sabotando as políticas sociais e os interesses do povo trabalhador. É nessa trilha que devemos caminhar. Porém, a denúncia simplesmente não será suficiente para sairmos do lamaçal da desinformação que fomos submetidos.
Acho que essa campanha deve prosseguir e deve mostrar o que esses políticos, que até aqui vinham dando as cartas no Congresso e na mídia, dominando, inclusive, a agenda política, com a recriação das pautas bombas, que não são as mesmas do Eduardo Cunha. São no Congresso, mas também nas mídias, muitas vezes a partir da má comunicação do Governo, como foi o caso do PIX e do roubo dos beneficiários do INSS. Tem que mostrar tudo.
Por isso que acredito que o Presidente Lula, deve criar uma rede de comunicação para uma live diária de 10 minutos, a exemplo do ex Presidente do Mexico, Andrés López Obrador, que tinha o programa conhecido como “mañaneras”, em que se comunicava diretamente com a população do Mexico.
Acho que o programa do Presidente Lula deve ser feito à maneira brasileira; programa de informações do Governo para cobrir uma lacuna abismal da comunicação do Governo com a população. Lula sabe muito bem como fazer isso. Pouca gente se comunica tão bem quanto ele e bastam 10 minutinhos por dia, nada mais; com folgas aos sábados e domingos, ou seja, no sistema 5X2, nada de 6X1.
O QUE FOI FEITO, O QUE ESTÁ SENDO FEITO E O QUE SERÁ FEITO.
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