Por José Salan Barbosa Melo, engenheiro, ex presidente da Eletrobras Piauí

Normalmente, os analistas da política, fazem um grande esforço para nos convencer de que as eleições municipais pouco refletem na política nacional, pois dizem respeito apenas a questões paroquiais. Ou seja, exclusivamente locais.

Porém, quando chegamos à campanha eleitoral, vemos que não é assim que a música toca, pois os principais entes políticos ficam o tempo todo de planilhas e calculadoras nas mãos verificando as pesquisas e, por fim, os resultados eleitorais em seu balanço nacional para avaliar quem perdeu e quem ganhou.

Estas eleições oferecem uma importância muito grande para as questões nacionais. Pois, além da polarização entre a extrema direita e as forças democráticas, serão os vereadores e prefeitos eleitos em outubro, os principais responsáveis pela eleição de deputados, senadores e até governadores que vão ser eleitos em 2026.

Com o advento das emendas secretas, e, dos fundos partidários, aconteceram mudanças extraordinárias nas campanhas eleitorais, passando a ter mais valor ainda a velha máxima de “quem pode mais chora menos”. Ou seja, aumentou a influência do dinheiro nas eleições que, juntamente com a participação das redes sociais e a disseminação de fake News, fizeram com que o processo eleitoral ganhasse outros contornos que são determinantes para o resultado das eleições.

E agora, casado e associado a tudo isso, entrou na cena política do país o crime organizado, que não só atua para comprar representantes nas esferas de poder político, está também indicando seus membros como candidatos para concorrerem nas eleições, potencializando ainda mais o poder do dinheiro, do fundo partidário, das redes sociais, o domínio de comunidades, de negócios clandestinos e empresas de “laranjas”.

Se hoje nós temos no Brasil o pior Congresso de sua história, o mais conservador, o mais reacionário, o que mais manipula dinheiro do Orçamento Federal para interesses privados, imaginemos o que nos espera daqui para frente. 

Por tudo isso, os democratas que querem um país melhor para viver, onde o ódio, a mentira, o negacionismo e a força das armas deem lugar à paz, à solidariedade e a inclusão social, devem entrar em campo para valer, entendendo que o resultado desta eleição também depende do esforço e da militância de todos. 

Se é verdade que a extrema direita, associada ao crime organizado, está avançando a passos largos, também é verdade que encontraram um campo aberto para suas ações, porque as forças democráticas perderam a fé e o ímpeto em suas lutas.

As eleições municipais servem, portanto, para os agentes políticos acumularem forças para futuros embates, sejam eleitorais ou  congressuais.

Historicamente, as forças políticas de esquerda, juntamente com os movimentos sociais, sempre tiveram muita dificuldade e grandes desvantagens no enfrentamento do poderio político das forças do atraso e este ano não é diferente. Em qualquer lugar do país as forças democráticas só vencerão através da luta. Ou seja, no convencimento da população de que a política é a principal responsável pela melhoria das coisas e que nem todo político é desonesto e portador do mal. 

Em qualquer situação no Brasil, já de saída, o atraso e o reacionarismo, iniciam uma campanha eleitoral em vantagem, pois o status quo vigente sempre lhe é favorável. Portanto, nossa luta será por mudanças e isso exige muito mais de cada um de nós para sairmos vitoriosos nesta eleição.

O fortalecimento da extrema direita oferece sérios riscos e ameaças para o país. Aqui em Teresina, o candidato Silvio Mendes é o principal representante dessas forças reacionárias da extrema direita. O grande patrono de sua candidatura é Ciro Nogueira, hoje, o mais importante defensor, porta voz e articulador do campo bolsonarista no Brasil. 

Na hipótese da eleição de Silvio Mendes, Ciro Nogueira será o grande influencer e guia  de sua gestão e significará uma grande vitória de Bolsonaro e do negacionismo aqui no Piauí. Ou alguém ainda tem dúvidas da solidez destes vínculos?

Teresina está carente de gestão, de liderança e de seriedade política. O que o Dr. Pessoa fez até agora, e, o que continua fazendo à frente desta prefeitura, é um escracho, com danos quase irreparáveis.

Cito aqui alguns exemplos que simbolizam o descuido e as mazelas desta gestão: é de doer o estado de abandono a que foi relegado o centro da cidade. Não dá nem para imaginar o tamanho dos prejuízos que os proprietários, os comerciantes e moradores da região estão amargando.

Outro grande exemplo é a deterioração e falência do sistema de transporte público de Teresina. Abandonado, sucateado e danificado nesta gestão. A partir do momento em que foi permitido que uma greve nesse serviço público durasse mais de um ano, foi destruída a autoridade e qualquer possibilidade de reerguimento desse serviço por parte do atual prefeito. 

Os serviços de saúde do município, não fosse a estrutura e as amarrações do SUS já teriam fechado, pois tudo que o Prefeito podia fazer para atrapalhar, ele fez. A limpeza urbana também foi precarizada. E assim é quase tudo na Prefeitura.

Teresina precisa de um gestor responsável, moderno, contemporâneo e sintonizado com as questões e problemas da atualidade. 

Dos candidatos que se apresentaram como alternativa só Fabio Novo preenche estes requisitos. 

Seu principal adversário representa o atraso e  um modelo ultrapassado. Não me refiro aqui a sua idade cronológica, trata-se de atraso de mentalidade e de falta de  sintonia com os avanços do mundo atual. 

Quando vemos os pronunciamentos de Silvio Mendes, automaticamente retroagimos à política de 20 a 30 anos atrás, mesmo sem querer. É o tom acusatório de quem ataca para esconder seus defeitos e traz mais uma vez para o centro de sua campanha a mesma desfaçatez de querer se colocar como não político, embora respire política diariamente há mais de 20 anos. 

O mundo vive hoje uma revolução com transformações políticas, sociais e tecnológicas que se sucedem com tanta rapidez como nunca se viu antes. E uma cidade como Teresina deve se preparar para as dificuldades e carências do momento. 

O Governador Rafael Fonteles dá o maior exemplo de como o poder público deve trabalhar para enfrentar esses desafios.

Em primeiro lugar, Rafael implementa uma política educacional de vanguarda com tudo de mais moderno que a educação pode possibilitar aos jovens do Estado. A estrutura educacional do estado está passando por uma verdadeira revolução: a transformação de todas as escolas estaduais em escolas de tempo integral, a inclusão no currículo dos alunos de matérias que os preparem para o novo mundo que nasce diferente a cada dia, com ênfase na inteligência artificial e na robótica. 

O Governador também escolheu a transição energética como uma das principais prioridades de atuação do governo, com foco na produção de hidrogênio verde. Isto significa um direcionamento para o aproveitamento das principais potencialidades do Estado e sua inserção na economia verde. Ou seja, a substituição da energia proveniente de origens fósseis, poluentes e não renováveis por fontes não poluentes e renováveis, hoje o maior desafio da humanidade. 

Estes são bons exemplos do novo  e da modernidade que o Fábio já está vivenciando no Governo Estadual e terá no Governador Rafael uma fonte de inspiração e de apoio para a produção de políticas públicas municipais inteiramente sintonizadas com a atualidade.

Portanto, nosso voto e tudo que pudermos fazer para ajudar a melhorar a qualidade do voto no dia 6 de outubro estará pesando nos rumos de nosso país nos próximos anos.

Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiauí 

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