Política

De quem o Brasil precisa: cientistas ou militares?

É só olhar para a História e ver o papel desempenhado por cada um destes profissionais

  • sábado, 17 de julho de 2021

Foto: Montagem pensarpiauíCientistas e militares
Cientistas e militares

 

Desde a eclosão dos escândalos envolvendo a compra de vacinas, nomes e patentes ligadas às Forças Armadas são citados, trazendo ao foco dos escândalos as Forças Armadas, instituição com maior confiança dos brasileiros, conforme pesquisa DataFolha.

Um outra pesquisa, tão relevante quanto essa, da XP/Ipespe, mostra que, nos 29 meses de governo com moldura militarista, a credibilidade pública nas instituições militares caiu doze pontos— de 70% para 58%. Os resultados são de junho deste ano.

Não custa lembrar que foram esses mesmos militares que impuseram 21 anos de ditadura no Brasil. E o fizeram, naquela época, nos mesmos moldes do que vemos se delinear hoje: negando a ciência. Foi assim no que ficou conhecido como Massacre de Manguinhos, que completou 50 anos no ano passado. 

No episódio de Manguinhos, dez cientistas brasileiros que integravam o Instituto Oswaldo Cruz, embrião da atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  tiveram seus direitos políticos cassados. Foram aposentados compulsoriamente e impedidos de trabalhar em qualquer instituição pública do país.

"Faziam parte da'lista negra' publicada no Diário Oficial, Sebastião José de Oliveira (1918-2005), Herman Lent (1911-2004) e Moacyr Vaz de Andrade (1920-2001), os pesquisadores Augusto Perissé (1917-2008), Domingos Arthur Machado Filho (1914-1990), Fernando Braga Ubatuba (1917-2003), Haity Moussatché (1910-1998), Hugo de Souza Lopes (1909-1991), Masao Goto (1919-1986) e Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1905-1990).

Todos tinham mais de 30 anos de carreira, eram reconhecidos internacionalmente por sua produção científica e coordenavam equipes de jovens pesquisadores em seus laboratórios. Apesar de seus currículos invejáveis, tiveram que retirar seus pertences às pressas e, a partir do dia seguinte, foram proibidos de colocar os pés na instituição. Até o acesso à biblioteca foi vedado", lembra matéria publicada pela BBC.

No Brasil de hoje, esse mesmo negacionismo da ciência nos assola. Como bem disse a cientista Natalia Pasternak, em artigo publicado no O Globo, na figura do Presidente da República, o governo incorre em cinco negacionismos que se tornaram a marca central da pandemia no Brasil. E ela cita cada um deles: "Primeiro, a negação da gravidade da pandemia. É só uma gripezinha, não é tudo isso que dizem. Todo mundo tem que morrer um dia. Em seguida, o governo nega a necessidade de medidas preventivas. Máscara é frescura, lockdown arruinará a economia. Depois, vem a negação da ciência, e das evidências científicas que contradizem as curas milagrosas propostas pelo Ministério da Saúde. O quarto negacionismo é talvez o mais inesperado: a negação das vacinas, desqualificando algumas, diminuindo a necessidade de adquirir outras na quantidade adequada, plantando dúvidas sobre a real necessidade das vacinas como estratégia de saúde pública. E finalmente, o quinto negacionismo: negar a humanidade dos brasileiros, seu direito ao luto, a chorar seus mortos com dignidade e respeito. Parem de mimimi!"

É assim que Bolsonaro e militares trabalham pelo progresso do País? O Brasil poderia estar muito mais avançado não fosse a ditadura militar e não fosse a influência dos militares no governo de Bolsonaro, que é um militar desabonado e que foi tirado da ativa porque não tinha maiores qualificações.

Foram os militares que causaram o Massacre de Manguinhos e são eles que dão sustentação ao Governo de Jair Bolsonaro.

Agora,  estão no olho do furacão da corrupção: Eduardo Pazuello ( general de divisão do Exército Brasileiro. Foi ministro da Saúde do Brasil durante a pandemia de COVID. Em 1 de junho de 2021, foi designado por Bolsonaro como secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Negociou a compra de 30 milhões de doses da Coronavac pelo triplo do preço negociado pelo Instituto Butantan, responsável pela fabricação do imunizante chinês no Brasil); Coronel Hélcio Bruno (teria se reunido com integrantes do Ministério da Saúde em nome do Instituto Força Brasil para negociar a compra de vacinas); Coronel Élcio Franco (levado ao Ministério da Saúde pelo ex-ministro Eduardo Pazuello ainda na gestão de Nelson Teich. Foi “promovido” a número 2 da pasta desde que Pazuello assumiu interinamente como ministro. Mas ele deixou a pasta em abril e hoje ocupa o cargo de assessor especial na Casa Civil); Coronel Boechat ( chefiava desde janeiro a Diretoria de Programas do ministério, mas foi exonerado em meados de abril após a chegada de Marcelo Queiroga. Foi apontado por Carvalho como ajudante de ordens de Élcio Franco); Coronel Blanco (foi nomeado ao Ministério da Saúde em maio de 2020 como assessor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva em portaria assinada por Nelson Teich. Em outubro, foi designado ao encargo de substituto eventual do Diretor do Departamento de Logística pelo coronel Élcio Franco. Ocupou o posto após a exoneração de Roberto Dias, mas foi também dispensado do cargo, em 30 de junho. Cristiano Carvalho diz que o “grupo do coronel Blanco” foi quem pediu propina a Luiz Paulo Dominghetti Pereira para a compra da vacina; Coronel Guerra (Glaucio Octaviano Guerra, militar da reserva da Força Aérea. Vive nos Estados Unidos, exercendo a função de assessor do adido militar da embaixada do Brasil naquele país).

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