A revolução das "lives"
As TVs brasileiras abandonaram os cantores, as bandas e até os grandes concertos clássicos que a gente curtia na TV Brasil ou na Cultura. Os grandes artistas brasileiros como Gil, Caetano, Ivan Lins, Milton, Chico Buarque, Gal, etc., ficaram restritos aos circuitos internacionais. É como se tivessem sido banidos do Brasil, e de fato foram, pela indigência cultural que foi tomando conta do país. A internet, como canal de expressão artística, tinha ficado meio que subutilizada, veiculando mais clips super produzidos de grandes astros, talvez em razão até mesmo do desconhecimento que muitos têm dos seus caminhos, das suas formas de utilização. A quarentena obrigou muitos a buscarem se recriar, a tentar novas atitudes, novas formas de comunicação com seu público. E o que estamos vendo não tem preço: shows emocionantes, ao vivo, com artistas que só continuavam vivos no meus discos e mp3.
Ver o show de Gilberto Gil, aquela dignidade quase octogenária, os sons únicos que o grande mestre tira no violão foi de deixar as lágrimas rolarem livres. E o que dizer de Milton Nascimento? Um repertório autoral magistral, que varou o mundo e ganhou prêmios e mais prêmios. O próprio Milton, como vocalista, recebeu vários e merecidos prêmios de grandes revistas mundiais pela excelência inigualável de sua voz.
É preciso aprender a renascer das cinzas, construir sobre os escombros, tirar da adversidade a capacidade de gerar esperança. Eu mesmo me surpreendi com as quase 400 pessoas que, simultaneamente, mantiveram-se por mais de duas horas seguindo a minha modesta apresentação ao vivo.
Foi um presente para todos aqueles que. ao longo dos tempos, acompanharam e apoiaram meu trabalho. Mas, acima de tudo, foi um presente que todos me deram. Um presente comovente e sem preço. inesquecível.
Deixe sua opinião: