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“Te amo, espanhola”

O fato político de ontem a tarde ocorreu nas proximidades da avenida Paulista em São Paulo

Foto: DivulgaçãoCarla Zambelli
Carla Zambelli

O fato político de ontem a tarde ocorreu nas proximidades da avenida Paulista em São Paulo. 

Um homem se dirigiu a deputada federal Carla Zambelli e disse:“Te amo espanhola”. Aí o escândalo político aconteceu. 

Luan Araújo, jornalista de 32 anos, foi atacado por grupo armado composto pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e seus assessores. Ele disse em depoimento para a Folha de SP que não empurrou a bolsonarista. Luan voltava de um chá de bebê quando viu a deputada pedindo voto em Tarcísio Freitas (Republicanos) e então a xingou.

Quando os seguranças começaram a filmá-lo Luan soltou a frase que desencadeou a ira da deputada: “Te amo espanhola”. A história de que Zambelli teria sido prostituta no país europeu talvez não seja real, mas as reações desproporcionais da deputada podem dar a entender o contrário.

Ela já ‘perdeu a linha’ contra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), e também com a ex-aliada e também deputada Joyce Hasselmann (PSDB-SP), quando lembrada do caso. Na vez de Hasselmann foi ainda pior, pois a tucana teria afirmado que foi o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) quem lhe teria contado a história.

Dessa vez, Zambelli perdeu as estribeiras contra um cidadão comum. Tropeçou em si mesma enquanto sacou a arma, mas se manteve em pé e correu na direção do homem. Um tiro foi disparado por um dos seus assessores de acordo com imagens gravadas por testemunhas da confusão. “Não sei se a bala passou perto da minha perna, mas senti ela vindo”, contou Luan.

"Eu fiquei realmente assustado e comecei a sair correndo porque eu comecei a temer —não ser preso, porque eles não são policiais, mas pela minha vida. Ouvi um tiro e não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando perto. E saí correndo do bar. Eles tentaram me colocar no chão, como se fossem policiais mesmo," contou o homem à Folha.

O homem se recusou a ir para o chão: “Você não é policial”, disse para os bolsonaristas armados. Luan ainda declarou que teve medo de ser morto pelos fascistas que andam livremente armados pelas ruas e deixa claro que não representa a nada nem a ninguém, apenas a si mesmo, na discussão transcorrida. “Fui eu como um cidadão negro que discuti com ela. Não foi ninguém, não foi PT. Fui eu, um cidadão comum”, concluiu.

Zambelli mentiu que eram vários, mentiu que foi agredida, afirmou que estava desobedecendo decisão do TSE, não estava em legítima defesa, constrangeu alguém sob mira de arma a se desculpar. Quase um bingo de tipos penais. Deveria ter sido presa em flagrante.

Com informações da Fórum

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