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Quem mandou matar Felipe Silva, de Paraisópolis?

Em debate, Tarcísio voltou a mentir, se colocando como "vítima" da ação de criminosos, mas não revelou quem da sua assessoria puxou o gatilho

Foto: Reprodução/FacebookFelipe Silva
Felipe Silva

 

Forum - Passados 11 dias do assassinato ocorrido em Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, durante agenda de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao governo de São Paulo, a principal pergunta segue sem resposta: afinal, quem assassinou a tiros Felipe Silva e Lima, de 27 anos?

Falando apenas dois dias para as eleições, nem o governo de São Paulo, comandado pelo neobolsonarista Rodrigo Garcia (PSDB), nem os órgãos de investigação federais e tampouco Tarcísio souberam responder quem puxou o gatilho e disparou contra o rapaz, que estava desarmado.

Indagado por Fernando Haddad (PT) sobre o tema no debate na noite desta quinta-feira (27), Tarcísio voltou a mentir, se colocando como "vítima" da ação de criminosos.

No entanto, a tese propalada pelo candidato de Bolsonaro contraria até mesmo a polícia e a própria Secretaria de Segurança Pública do Estado, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos.

Tarcísio ainda afirmou que o assessor mandou o cinegrafista Marcos Andrade, da Jovem Pan, apagar as mensagens para "proteger" a vida das pessoas que apareciam no vídeo, em uma confissão pública de que houve destruição de provas e evidências que poderiam esclarecer, prontamente, quem foi que assassinou Felipe a tiros.

"O que nós suspeitamos é que os policiais ligados à campanha do candidato executaram uma pessoa, cometeram um assassinato, e depois inventaram um suposto atentado para criar um factoide político eleitoral. É o que teria ocorrido nesse caso", disse o advogado Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais.

Se o advogado está correto, Tarcísio segue ao lado do assassino de Felipe Silva em sua campanha. E conta com a influência junto aos órgãos de investigação para tratar o caso como mais uma "bala perdida", como é comum nas investigações sobre os assassinatos recorrentes cometidos pela polícia fluminense nas comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Ao que tudo indica, o assassinato de Felipe Silva tornou-se um novo caso Marielle Franco. Dessa vez em terras paulistas.

Veja o comentário de Luis Felipe Miguel, cientista político, no Facebook

Felipe Silva de Lima, foi morto a tiros em Paraisópolis, na cidade de São Paulo.

Já está comprovado que a equipe do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas trabalhou para ocultar evidências do crime.

Há testemunhas que afirmam que o assassinato foi cometido por seguranças do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas.

Cresce a suspeita de que Felipe foi morto porque a equipe do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas queria forjar um atentado contra ele.

Parece que a violência política da extrema-direita toma uma nova dimensão.

Tarcísio de Freitas é um candidato de proveta, caído de paraquedas em São Paulo, estado sobre o qual demonstra uma ignorância constrangedora. Por que Bolsonaro insistiu nele, rompendo até com velhos aliados, em vez de considerar alternativas mais razoáveis?

Dá para especular que há algo além da eleição em jogo, algo como a expansão de certo empreendedorismo armado carioca para o estado vizinho.

O Estado de São Paulo tem dois dias para mostrar ao Brasil que não compactua com a bandidagem.

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