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Primeira vereadora trans de Niterói deixa o país após ameaças de morte

Nos últimos cinco meses, a vereadora recebeu diversas ameaças; uma delas dizia que ela seria morta se não renunciasse

Foto: Brasil de FatoBenny Briolly, a primeira vereadora trans eleita em Niterói (RJ)
Benny Briolly, a primeira vereadora trans eleita em Niterói (RJ)

A vereadora Benny Briolly (PSOL), primeira parlamentar trans eleita no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, deixou o Brasil após receber ameaças de morte.

A saída de Benny do País foi decisão do partido para mantê-la segura, afirma o texto publicado no Instagram. “A política de ódio não vencerá e o Estado precisa garantir a integridade da vida e da atuação parlamentar de uma vereadora eleita”, disse Daniel Vieira Nunes, presidente do Psol em Niterói.

As ameaças à vereadora foram “comunicadas, informadas e oficializadas em várias instâncias do Estado brasileiro sobre a grave situação”, disse a assessoria. “Até o momento, não foram tomadas medidas efetivas que protegessem sua vida [de Benny] e seus direitos políticos”. Sua equipe também ficará responsável pela Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente, a qual Benny preside.


Uma das ameaças mais sérias, segundo o texto, foi um e-mail que continha o endereço da vereadora e exigindo que ela renunciasse ao cargo. Caso contrário, iriam até casa dela para matá-la. Benny também teria recebido comentários nas redes sociais desejando que "a metralhadora do Ronnie Lessa" a atingisse.

Neste primeiro momento, a política ficará afastada da atividade presencial na Câmara de Vereadores por cerca de 15 dias. O texto diz que Benny Briolly vai continuar acompanhando as sessões plenárias, que estão ocorrendo de forma virtual por conta da pandemia.

A vereadora defende negros, travestis, mulheres, LGBTQIA + e os direitos humanos.

Quem é Ronnie Lessa

Ronnie Lessa é acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 no Rio. Defensora de causas ligadas aos direitos humanos, suas principais frentes eram o amparo a jovens moradores de favelas e denúncias de violência policial em áreas de atuação das milícias cariocas.

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