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O xixi no local de trabalho, Jorge Paulo Lemann e a legislação trabalhista

Jorge Paulo Lemann é um dos donos da Burger King

Foto: DivulgaçãoJorge Lemann e José Vinícius
Jorge Lemann e José Vinícius

Por Luis Felipe Miguel, professor, no facebook 

O funcionário da lanchonete denunciou que leva advertência se sai do quiosque - por precisar ir ao banheiro ou mesmo se seu turno já acabou. Na reincidência, pode ser suspenso e, depois, demitido. Por "justa causa", claro.

Veja aqui: funcionário do Burger King urina na roupa após ser proibido de ir ao banheiro

Lanchonetes de fast food sempre foram um laboratório de precarização do trabalho. O caso do Burger King é um entre muitos.

Um dos donos da operação mundial da Burger King é o bilionário Jorge Paulo Lemann - aquele das Lojas Americanas e da Ambev. Típico tubarão do mercado, como a fraude nas Americanas bem mostrou. Que usa a força do dinheiro para influenciar decisões sensíveis, como educação, e gerar lideranças políticas fiéis a ele. Foi financiador de grupos golpistas como o Vem Pra Rua e patrono de políticos "moderninhos" de direita, como Tabata Amaral.

Não sei não, mas Lemann deve gastar mais em papel higiênico do que o salário do atendente do quiosque em Aracaju.

José Vinícius Santos foi corajoso ao fazer sua denúncia. Ela expõe, de forma dramática, algo que é óbvio, mas tentam esconder de todas as maneiras: não existe simetria nas relações entre trabalhadores e patrões. Por isso, a ideia de "livre negociação" é uma balela. Por isso, é imprescindível que haja regulação pública das relações de trabalho.

São muitos, todos nós sabemos, os retrocessos das eras Temer e Bolsonaro. Entre os mais importantes, estão aqueles que dizem respeito à proteção ao trabalho.

Recompor a legislação trabalhista, aprimorá-la para abarcar os novos tipo de relação laboral e fortalecer os órgãos de fiscalização devem ser prioridades.

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