Pensar Piauí

O áudio do inimigo Ciro mora ao lado

O vazamento do áudio do senador Ciro Nogueira, revela que ele trama uma cilada político-eleitoral contra o governador.

Foto: google imagensCiro Nogueira prepara a cama para Wellington Dias
Ciro Nogueira prepara a cama para Wellington Dias

O vazamento do áudio do senador Ciro Nogueira Filho (Progressistas), no qual ele trama uma cilada político-eleitoral contra o governador Wellington Dias, revelou que ele não pode ser encarado como aliado de confiança. Muito pelo contrário. Na verdade, o senador piauiense sempre esteve ao lado do petista muito mais por conveniência, e não por conta de uma aliança programática, que priorizasse os interesses legítimos da população. O vazamento do áudio só serviu para confirmar essa suspeita, agora completamente esclarecida.

Ciro Nogueira tentou negar o conteúdo da conversa vazada, alegando ser um fakenews, mas não convenceu o eleitorado sobre seus verdadeiros e inconfessáveis planos. Baseado na premissa de que será eleito governador, inexoravelmente, em 2022, o projeto do senador do PP tem como orientação o resultado de supostas pesquisas pré-eleitorais. Isso lhe daria a vitória, já que, além do provável desempenho estatístico, conta com incomparável “estrutura”, ou seja, o apoio de grande número de lideranças e muito dinheiro para gastar.

O mais impressionante no raciocínio do parlamentar é o reconhecimento de que não é popular, mas tem a tal “estrutura” suficiente para viabilizar sua condução ao Palácio de Karnak, independentemente de ser ou não apoiado pelo governador. O aspecto mais tenebroso do áudio vazado se refere ao trecho em que ele situa Wellington Dias na posição de refém de suas ambições, pois, caso contrário, na hipótese de o PT lançar seu próprio candidato, Ciro deixa claro que passaria a apoiar a candidatura do prefeito Firmino Filho a senador.

Vencer e derrotar

E é aí que fica claro o objetivo não apenas de governar o Piauí, mas também derrotar o petista na disputa pela única vaga ao Senado Federal. Nesse sentido, ou o governador o indica como seu sucessor, ou haverá um rompimento entre o Progressistas e petistas, aliás desenhado há muito tempo. Basta ver o nível de aliança estratégica com o PSDB de Firmino, com permuta de lideranças, ora migrando para o PP, num contexto de fusão oficiosa, real, das duas siglas.

Afinal, o ex-prefeito Sílvio Mendes e a deputada estadual Lucy Silveira (PP) migraram do ninho tucano, mas, de fato, permanecem fazendo parte do mesmo grupo político do prefeito, que se agregou ao Progressistas, na perspectiva de assumir o controle do poder estadual. Os movimentos de Ciro e seu partido, em consonância com os de Firmino, que é o dono do PSDB piauiense, sempre sinalizaram que estariam juntos nas eleições estaduais de 2022, e isso extrapola o contexto de parceria político-administrativo-eleitoral em Teresina.

A conversa informal de Ciro Nogueira mostra que Wellington Dias pode contar como inimigo, daqui a quase três anos, seu principal aliado de hoje. E é muito provável que outros partidos da chamada base aliada acompanhem o senador, que é presidente nacional do PP. É o caso do PMDB do eterno, vitalício, presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho, que certamente estará no mesmo barco de Ciro. Resta ao governador executar um plano que seja capaz de derrotar Ciro Nogueira e assegurar seu próprio ingresso no Senado Federal.

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