Política

No mês de aniversário do PT, uma homenagem à grande petista Marisa Letícia

Este mês marca também o sétimo ano da sua morte


Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

Fevereiro é um mês marcante para o PT. No dia 10 do mês o Partido comemora sua fundação. Este ano o pensarpiaui marcou a data com as seguintes matérias: PT 44 anos: do tamanho do Brasil e pronto para novas vitórias em 2024 A mensagem de José Dirceu nos 44 anos do PT

O dia 3 de fe/vereiro é outra data importante para o PT. Este ano, o Partido registrou o 7º ano sem uma das mais ilustres filiadas. Usando informações do perfil Pensar a História, o pensarpiaui resgata um pouco da memória desta valorosa mulher: Marisa Letícia Lula da Silva. Acompanhe:

Marisa Letícia à frente da Passeata das Mulheres, em protesto contra a prisão de Lula e dos sindicalistas que organizaram as greves do ABC em 1980. Fundadora do PT e 35ª primeira-dama do Brasil, Marisa Letícia faleceu há 6 anos, em 3 de fevereiro de 2017.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

Marisa Letícia nasceu em 7/4/1950, em São Bernardo do Campo. Vivia com seus 10 irmãos em uma casa de taipa sem energia elétrica na zona rural do município, junto com o pai, o agricultor Antônio João Casa, e a mãe, a benzedeira Regina Rocco.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

Tornou-se babá aos 9 anos e aos 13 começou a trabalhar em uma fábrica de bombons. No local, conheceu o motorista Marcos Cláudio, com quem se casaria aos 19 anos. Marcos morreria assassinado em um assalto 6 meses depois do casamento, deixando Marisa grávida do 1º filho.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia trabalhou aqui
Marisa Letícia trabalhou aqui

Marisa conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1973. Lula, também viúvo, ocupava o cargo de secretário-geral do sindicato. Os dois começaram a se relacionar e se casaram depois de 7 meses. Do relacionamento de mais de três décadas nasceriam outros 3 filhos.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia Lula e filhos
Marisa Letícia, Lula e filhos

Marisa ingressou no movimento sindical em 1975, testemunhando a ascensão de Lula como maior liderança do Novo Sindicalismo e da rearticulação política da classe operária. Ajudou a popularizar o movimento entre as mulheres, incentivando a sindicalização e a adesão às greves.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

Marisa foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, tendo ajudado a recolher as assinaturas necessárias para a criação da legenda em 1980. Costurou a primeira bandeira do PT e estampou as primeiras camisetas com a identidade visual do partido.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

Quando Lula e os líderes grevistas de 1980 foram presos pelo DOPS, Marisa organizou a Passeata das Mulheres, exigindo a libertação dos sindicalistas. Desafiando os aparelhos repressivos da ditadura, centenas de mulheres marcharam pelo centro de São Bernardo do Campo.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

Marisa também ajudou a organizar as reuniões clandestinas do movimento operário em sua casa, em função da intervenção federal que havia fechado os sindicatos. Após a libertação de Lula, Marisa se envolveu num projeto de politização das trabalhadoras e donas de casa do ABC.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

Ao lado de Frei Betto, passou a organizar aulas abordando temas como ditadura militar, economia, direitos trabalhistas, direitos humanos, reforma agrária e sindicalismo, ministradas semanalmente no salão paroquial da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

Marisa ajudou a organizar as campanhas de Lula ao governo paulista em 1982 e a deputado federal em 1986, divulgando material, estampando camisetas e entrevistando trabalhadores para sondar as demandas mais importantes.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

À medida que o PT se consolidava como principal legenda de esquerda no país, crescia a virulência dos ataques da imprensa e dos adversários políticos. Em 1982, o casal foi acusado falsamente de possuir uma casa de veraneio no Guarujá.

Foto: ReproduçãoArtigo de jornal
Artigo de jornal

Na eleição de 89, circularam boatos de que Lula decepara o próprio dedo para se aposentar. Outros boatos diziam que Lula confiscaria as poupanças e fecharia as igrejas. A equipe de Collor pagou uma ex-namorada de Lula p/ acusá-lo na TV de tentar forçá-la a fazer um aborto.

Foto: ReproduçãoArtigo de jornal
Artigo de jornal

Na eleição de 1994, vencida por FHC, o casal foi novamente alvo de boatos sobre enriquecimento ilícito e uso irregular de verbas. A popularidade advinda da estabilização financeira obtida pelo Plano Real garantiu a FHC a reeleição em primeiro turno em 1998.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

Marisa se dedicou integralmente à campanha de Lula durante a eleição presidencial de 2002. Lula venceu o pleito, derrotando José Serra no segundo turno, e Marisa tornou-se a 35ª primeira-dama do Brasil - a primeira oriunda da classe operária.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia e Lula
Marisa Letícia e Lula

A imprensa não tardou em desqualificá-la, caçoando de seus trejeitos, hábitos e roupas, submetendo-a constantemente a comparações depreciativas com suas antecessoras - contrapondo, por exemplo, seu nível básico de instrução à titulação da antropóloga Ruth Cardoso.

Foto: ReproduçãoArtigo de jornal
Artigo de jornal

Em 2005, Marisa cogitou comprar cotas do condomínio Mar Cantábrico, no Guarujá, e a partir de 2010 passou a frequentar o sítio de Jacó Bittar em Atibaia. Foi o bastante para que se tornasse alvo da guerra jurídica contra o PT movida pela Operação Lava Jato e pela imprensa.

Foto: ReproduçãoJornal Nacional
Jornal Nacional

Em 2016, Marisa tornou-se ré em duas ações penais de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Argumentava-se que os imóveis seriam vantagens indevidas ofertadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht em troca de favorecimentos de contratos com a Petrobrás.

Foto: ReproduçãoPrint da internet
Print da internet

Boatos acusando Marisa Letícia de enriquecimento ilícito e de ter cometido diversos crimes tomaram as redes sociais e viraram até mesmo mote de uma campanha publicitária das Lojas Marisa. Insultos à aparência da ex-primeira dama também se tornaram comuns.

Foto: ReproduçãoPrint da internet
Print da internet
Foto: ReproduçãoPrint da internet
Print da internet

Assediada, perseguida e submetida a um verdadeiro linchamento moral, Marisa manteve-se reclusa e passou a ter de lidar com um estado permanente de estresse e ansiedade. Em janeiro de 2017, Marisa foi internada após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Foto: ReproduçãoPrint da internet
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Seu prontuário foi vazado e estimulou comentários de ódio nas redes sociais. Um neurocirurgião chegou a recomendar o assassinato da ex-primeira-dama "Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela".

Foto: ReproduçãoPrint da internet
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A morte de Marisa foi anunciada uma semana depois de sua internação, no dia 3 de fevereiro de 2017. A imprensa foi alertada da morte antes mesmo da família. O anúncio do falecimento de Marisa foi seguido por celebrações enfáticas de antipetistas nas redes sociais.

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Procuradores da Lava Jato também ironizaram o falecimento de Marisa. E mesmo após sua morte, e apesar da extinção da punibilidade, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou recurso pedindo a absolvição da ex-primeira-dama nos processos em que era ré.

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Os ataques à honra motivados por desinformação persistiram até após a morte. Em abril de 2020, um juiz responsável pelo processo de inventário e partilha afirmou que Marisa Letícia possuía 256 milhões de reais em investimentos em certificados de depósito bancários (CDBs).

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No mês seguinte, o magistrado corrigiu a informação. Ele afirmou ter confundido e multiplicado acidentalmente o valor em 10 mil vezes. Os investimentos de Marisa Letícia eram, na verdade, de 26 mil reais.

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Em 2021, os processos em que Marisa havia sido acusada foram anulados por irregularidades processuais e parcialidade. O Ministério Público posteriormente arquivou as denúncias.

Foto: ReproduçãoMarisa Letícia
Marisa Letícia

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