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Jogos de azar podem botar Bolsonaro e evangélicos em lados opostos

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu retomar as discussões sobre a legalização dos jogos de azar

Foto: DivulgaçãoJogos de azar
Jogos de azar

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu retomar as discussões sobre a legalização dos jogos de azar. Ele criou um grupo de trabalho (GT) para avaliar o tema e votar uma proposta até o fim do ano.

A intenção dos integrantes do colegiado, todos pró-legalização, é votar até o fim do ano a proposta no plenário para regulamentar dos cassinos ao jogo do bicho. 

O GT foi criado para agilizar as discussões que estão paradas desde 2016. Naquele ano, foi aprovado parecer favorável em comissão especial. O texto, relatado por Guilherme Mussi (PP-SP), tratava sobre cassinos em resorts, caça-níqueis, apostas online, bingos, jogo do bicho e anistia de processos. O jogo é contravenção penal no Brasil, com pena de prisão de quatro meses a um ano.

Aliado de Lira, Felipe Carreras (PSB-PE) é um dos integrantes do GT e defende a proposta.“É uma coisa meio hipócrita os jogos não serem permitidos porque estão presente na vida da gente, tem nas comunidades, tem todo lugar. Se tiver regulamentado com lei, com imposto, com regra, gerando emprego, qual o problema?”, questionou.

“O Brasil perde uma grande fonte de arrecadação e geração de empregos com essa informalidade”, disse.

Evangélicos são contra 

Evangélicos já adiantaram que o projeto será um ponto de divergência com o governo. Segundo seus líderes, os jogos interferem nas famílias e causam um “vício”. O projeto entra na “pauta de costumes”.

“É uma pauta que vem sendo discutida há muitos anos na Câmara, e não acredito que obtenha sucesso. Além disso, é um assunto que só cria confusão, e isso é tudo que não precisamos neste momento. Tem tanta coisa importante para a gente discutir”, diz Gilberto Nascimento, deputado e uma das lideranças da bancada.

A bancada evangélica começou a se articular para barrar a aprovação da legalização de jogos de azar no Brasil. O projeto é de interesse do governo Bolsonaro, especialmente do Ministério do Turismo. A resistência ao tema se dá, inclusive, entre os apoiadores do presidente na casa legislativa.

O deputado Cezinha de Madureira já ensaia um posicionamento oficial da frente parlamentar, que reúne 120 deputados e 14 senadores.

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