Pensar Piauí

Guedes é um Ministro que só serve para dizer: "claro, chefe"

Moro, hoje, olha para Guedes e pensa: eu sou você amanhã

Foto: exame.comBolsonaro e Paulo Guedes
Bolsonaro e Paulo Guedes

Por Leonardo Sakamoto, jornalista, no Facebook

Paulo Guedes é, hoje, menos um economista com um projeto de país e mais uma pessoa que topa trocar sua dignidade pela manutenção de algum poder. A intervenção descarada no comando da Petrobras, nesta sexta (19), por parte do presidente da República, após prometer que não interviria, foi mais um exemplo de que o ministro tem autonomia sim, desde que seja dizer "claro, chefe".

Vale ressaltar que Bolsonaro gosta de Guedes. Porque Guedes é um dos ministros mais bolsonaristas da Esplanada. A diferença entre ele e nomes como Damares Alves, Ernesto Araújo e Ricardo Salles é o verniz lambuzado pelo mercado e por uma parte da mídia, que atrela a ele a imagem de fiador do equilíbrio.

O ministro "equilibrado", contudo, já disse que empregada doméstica viajava demais para a Disneylândia. Alertou, diante do risco de manifestações contra o governo, que ninguém se assustasse com um novo AI-5 (e, por conta do verniz, apanhou bem menos que o deputado Daniel "Surra de Gato Morto" Silveira ou que Eduardo Bolsonaro, que também fizeram apologia ao ato institucional que autorizou o pega pra capar na ditadura). Reclamou que rico poupava, mas que pobre gastava tudo o que ganhava (por que será, né?). E retarda a renovação do auxílio emergencial, usando o benefício como chantagem para aprovar reformas econômicas.

Os ultraliberais acharam que Bolsonaro seria o Pinochet certo na hora certa e colocaria a agenda deles em primeiro lugar. Da mesma forma, lavajatistas chegaram à loucura de vender o presidente da "rachadinha" como um lutador contra a corrupção nas eleições de 2018. Sergio Moro, que ajudou a elegê-lo e depois assumiu o Ministério da Justiça, que o diga. Quando seus planos pessoais bateram de frente com os de Bolsonaro, foi largado na beira da estrada. Moro, hoje, olha para Guedes e pensa: eu sou você amanhã.

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