Famílias pobres pagaram para receber cisternas no governo Bolsonaro
Famílias pobres tiveram de pagar para serem beneficiadas pelo Programa de Cisternas

Famílias pobres que vivem em comunidades isoladas no semiárido mineiro foram enganadas e tiveram de pagar para serem beneficiadas pelo Programa de Cisternas do governo federal ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O contrato previa a instalação de 3.012 cisternas em cinco municípios contemplados por um convênio firmado entre o Consórcio Inframinas e o então Ministério da Cidadania. Uma entidade privada sem fins lucrativos com sede em Alagoas, a Ceapa (Central das Associações de Agricultura Familiar), foi contratada para executar as obras.
No entanto, de acordo com informações da Folha de S.Paulo, o convênio não previa contrapartida das famílias beneficiárias, uma vez que elas vivem em situação de vulnerabilidade social. Alguns moradores pediram dinheiro emprestado para bancar parte da construção das cisternas e outros desistiram de participar do programa.
O ministério, rebatizado de Integração e Desenvolvimento Regional com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que iria suspender a entidade responsável pela cobrança. A direção da Ceapa, por sua vez ressaltou que as prefeituras iriam arcar com parte dos custos das obras, porém, como elas não contribuíram com o programa, se viu “obrigada” a pedir a participação dos beneficiários.
Há famílias que já abriram o buraco e estão à espera das cisternas, os que pediram dinheiro emprestado para arcar com as despesas e os moradores que foram excluídos do programa por falta de dinheiro. O contrato equivale a R$ 15 milhões.
Vale destacar que o termo de contrato de prestação de serviço, firmado pelo Inframinas, diz que a Ceapa deveria “disponibilizar os recursos físicos, humanos e materiais necessários para garantir a perfeita execução dos serviços”, entre outras atribuições. Ou seja, em nenhum lugar é destacado que os beneficiários devem contribuir financeiramente.
“Foi acordado que os municípios ajudariam a custear as despesas mencionadas, tendo em vista o aumento gigantesco dos materiais. Como os municípios não ajudaram, a entidade identificou o erro e o corrigiu a tempo, repassando o que era devido a cada família, sanando assim a inconsistência”, disse a direção da Ceapa.
Até o momento, foram entregues 590 cisternas, o que representa 19,6% da meta total de 3.012 cisternas previstas no plano de trabalho.
Com informações Yahoo
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