Pensar Piauí

"Deputéricas”: Deputado do PSL chama deputadas de histéricas

O parlamentar responderá no Conselho de Ética

Foto: Fotos PúblicasBibo Nunes (PSL)
Bibo Nunes (PSL)

Na sessão plenária desta quinta-feira (3), o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) queixou-se do posicionamento das deputadas de oposição e criou um neologismo para se referir às parlamentares que, segundo ele, “não têm comportamento dentro do decoro”: “Deputérica, é a deputada histérica”, disse Bibo Nunes.

Segundo ele, as representantes feministas no Congresso “não respeitam minimamente o presidente da República” e “só o criticam e ofendem”. Assim, deputadas como Sâmia Bonfim (PSol-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Flávia Arruda (PL-DF), Érika Kokay (PT-DF) preparam uma representação no Conselho de Ética da Câmara.

A manifestação foi prontamente repudiada por deputadas de diversos partidos. Também se manifestaram as deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR).

“Me parece que o deputado precisa de tratamento, porque isso chama-se misoginia, aversão às mulheres. Isso é uma forma de agressão, de falta de decoro. Isso merece Conselho de Ética. Não é possível conviver hoje, dentro de um protagonismo político que as mulheres têm, terem de o tempo todo enfrentar a divergência na desqualificação, disse Jandira Feghali.

“Sempre somos enfrentadas não nos argumentos. Nos enfrentem nos argumentos, no que pensamos, na qualidade dos nossos projetos. Agora nos enfrentrar na desqualificação? Na adjetivação? Por favor, venham com a capacidade que vocês têm. Se não têm capacidade, calem a boca, se recolham à sua insignificância”, afirmou a deputada do PCdoB.

“Um deputado claramente machista que segue falando coisas absurdas [...] É muito importante que a bancada feminina tenha reagido a este despautério. Porque isso é um despautério de um extremista, de um verme”, disse Fernanda Melchionna.

“Não vamos parar de nos posicionar. Vai ter que nos ouvir ainda que não goste”“Não vamos aceitar nenhum tipo de machismo. Já temos que conviver com isso na rua. Não é possível que tenhamos que conviver também no Parlamento”, protestou Flávia Arruda.

As deputadas avisaram ainda que, se o parlamentar quiser debater, que o faça no mérito dos projetos e da posição política da ala feminina do Congresso, não com comentários sexistas.

Com informações do Congresso em Foco

ÚLTIMAS NOTÍCIAS