Pensar Piauí

A coragem dos médicos palestinos e a covardia de seus colegas brasileiros

Até agora, Israel matou, oficialmente, 10 569 pessoas – incluindo 4 324 crianças e 2 823 mulheres – e feriu 26 475

Foto: Montagem pensarpiauiMédicos em ação na faixa de Gaza
Médicos em ação na faixa de Gaza

Por Kiko Nogueira, jornalista, no DCM 

Eu penso em Emily Callaham e me vem à mente Vinicius de Moraes: se todos os médicos fossem iguais a você.

Aquela classe que, no Brasil, se alinhou com o golpe de 2016, com os ataques aos cubanos, com a cloroquina e a ivermectina, aqueles covardes que abraçaram um governo negacionista e canalha — essa turma deveria se espelhar em Emily e nos médicos palestinos que operam em hospitais bombardeados.

Entidades que emitiram notas e notas apoiando um bando de fascistas na pandemia não dão um pio sobre o massacre de civis em leitos. Silêncio absoluto.

Emily Callahan é uma enfermeira americana que voltou da Faixa de Gaza, devastada pela guerra e sitiada. Ela é dos Médicos Sem Fronteiras.

Numa entrevista à CNN, disse que as crianças estavam sendo enviadas para campos de refugiados sem acesso a água corrente. Seus colegas, frisou, são heróis.

“Havia crianças com queimaduras graves no rosto, no pescoço e em todos os membros. E porque os hospitais estão tão sobrecarregados, eles recebem alta imediatamente e vão para esses campos sem acesso a água corrente”, falou.

Apesar da situação trágica, Callahan disse que regressaria a Gaza “num piscar de olhos”.

“Meu coração está em Gaza. Ficará em Gaza. Os palestinos com quem trabalhei foram as pessoas mais incríveis que conheci na minha vida”, afirmou.

Segundo ela, a equipe do Hospital Indonésio prometeu que “se eles vão nos matar, vamos morrer salvando o máximo de pessoas que pudermos”.

“E eu disse que se eu pudesse ter um pingo da coragem que eles têm, morreria uma pessoa feliz”, relatou ao âncora Anderson Cooper.

Callahan contou que ela e sua equipe foram realocados cinco vezes em 26 dias devido a questões de segurança e finalmente evacuados na semana passada.

Até agora, Israel matou, oficialmente, 10 569 pessoas – incluindo 4 324 crianças e 2 823 mulheres – e feriu 26 475.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS