Wellington Dias rebate ataque preconceituoso de Zema aos mais pobres
Governador mineiro culpou o Bolsa Família pela falta de mão de obra

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), respondeu de forma contundente às declarações preconceituosas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que vinculou a falta de mão de obra no comércio e varejo ao pagamento do Bolsa Família. Durante a abertura da 36ª SuperMinas Food Show, Zema criticou o programa federal, insinuando que o benefício desestimula trabalhadores a aceitarem empregos que exigem disponibilidade nos finais de semana.
"Mas o Brasil é um país difícil. Em Minas Gerais, temos mais de um milhão de pessoas recebendo o Bolsa Família que alegam não ter oportunidade de trabalho", afirmou Zema, em tom crítico.
A declaração gerou indignação no governo federal, que considerou a abordagem preconceituosa e equivocada. Wellington Dias não hesitou em rebater, destacando as mudanças implementadas no Bolsa Família e criticando as falas de Zema, que, segundo ele, ignoram os esforços do governo para combater a pobreza e promover a inclusão no mercado de trabalho.
“O preconceito prejudica os mais pobres, especialmente com a disseminação de fake news. O presidente Lula alterou as regras do Bolsa Família para garantir que o benefício não seja perdido ao conseguir um emprego, algo que ocorria com o Auxílio Brasil, do governo anterior”, enfatizou Dias. Ele explicou que, sob a nova configuração, mesmo com um membro da família empregado, o benefício pode ser mantido. “Em uma família de seis, se uma pessoa tem um emprego e ganha um salário mínimo, o benefício é mantido. Se duas pessoas ganham um salário mínimo, a família ainda recebe 50% do valor. Portanto, o Bolsa Família só é suspenso quando a família sai da pobreza”, completou.
Wellington Dias também apresentou dados que contrariam as afirmações de Zema, destacando que, em 2023, 71% das vagas de emprego foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, segundo dados do Caged, e que esse número já chegou a 77% este ano. “Não vamos deixar ninguém para trás. Estamos juntos no combate à pobreza!”, ressaltou o ministro.
As críticas de Zema se estenderam às queixas sobre a relutância de trabalhadores em aceitar empregos que exigem trabalho aos finais de semana, com o governador afirmando que muitos trabalhadores buscam oportunidades com "pré-requisitos" que nem sempre são atendidos pelo setor produtivo. Essa fala foi vista como um reflexo de uma visão insensível em relação à realidade da classe trabalhadora.
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