VÍDEO: “Não eram só velhinhas com Bíblia” nos ataques do 8/1, diz Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, refutou a narrativa disseminada por bolsonaristas de que apenas “velhinhas com Bíblia na mão” foram condenadas pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023. Em uma declaração contundente, o magistrado esclareceu quem são os condenados pelo episódio e apresentou dados sobre as penas aplicadas.

"Se criou uma narrativa, assim como a que diz que a Terra é plana, de que o STF estaria condenando ‘velhinhas com a Bíblia na mão’, passeando por Brasília em um domingo ensolarado. Nada mais falso do que isso, as imagens mostram a realidade", afirmou Moraes.

A declaração foi feita nesta terça-feira (25), durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, acusados de envolvimento no golpe de 8 de janeiro.

Moraes destacou que 1.494 ações relacionadas ao ataque já foram julgadas e 497 pessoas foram condenadas. O ministro detalhou que as penas em sua maioria foram inferiores a três anos, sendo substituídas por penas restritivas de direitos em metade dos casos. Apenas 10% dos condenados receberam penas superiores a 17 anos de prisão.

Ele também informou que 68% dos condenados são homens, e que apenas 43 têm mais de 60 anos, sendo sete com mais de 70 anos. "Essa narrativa, disseminada por meio de notícias fraudulentas e fake news nas redes sociais, de que as condenadas seriam apenas mulheres idosas, é totalmente mentirosa", acrescentou Moraes.

O ministro apresentou um relatório que detalha as penas dos 497 condenados, ressaltando que apenas 48 deles são considerados idosos.

A Primeira Turma do STF está analisando a denúncia da PGR contra Bolsonaro e sete de seus aliados, todos integrantes do núcleo central da tentativa de golpe. Os ministros estão ouvindo as sustentações orais das defesas e decidirão se abrirão ação penal contra os acusados.

Além de Moraes, integram o colegiado os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Carmén Lúcia e Cristiano Zanin (presidente).

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