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VÍDEO: Lula peita Trump após carta dos EUA a Moraes

Presidente saiu em defesa do ministro do STF, alvo de tentativa de intimidação por parte do governo dos EUA


Reprodução VÍDEO: Lula peita Trump após carta dos EUA a Moraes
Lula e Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente neste domingo (1) o governo dos Estados Unidos, após a revelação de que o Departamento de Justiça norte-americano enviou uma carta oficial ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com tom de repreensão por sua atuação contra plataformas digitais como a Rumble.

Durante a convenção nacional do PSB, que elegeu o prefeito do Recife, João Campos, como novo presidente da legenda, Lula condenou o que classificou como uma tentativa de intimidação por parte do governo Trump. “Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um cara brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Que história é essa?”, questionou o presidente. “Eles fazem tanta barbaridade, tanta guerra, matam tanta gente. Por que vão querer criticar a Justiça brasileira?”

Cartas, sanções e pressões

As críticas de Lula respondem a uma série de movimentações recentes da administração de Donald Trump, que voltou à presidência dos EUA. Segundo o jornal The New York Times, o Departamento de Justiça norte-americano enviou uma carta ao ministro Moraes acusando-o de extrapolar sua autoridade ao ordenar o bloqueio de contas na Rumble, plataforma de vídeos sediada nos EUA e bastante usada por influenciadores da extrema direita.

O governo norte-americano alega que, ao exigir ações contra perfis fora do território brasileiro, o ministro teria violado a soberania jurídica dos EUA. A carta afirma que Moraes não tem autoridade para forçar empresas americanas a cumprir decisões de tribunais brasileiros, configurando, segundo Washington, uma afronta à jurisdição americana.

Vistos sob ameaça

Paralelamente, o Departamento de Estado norte-americano anunciou uma nova diretriz para a concessão de vistos. A política prevê restrições a autoridades estrangeiras acusadas de "censurar expressão protegida". O secretário de Estado, Marco Rubio, chegou a sugerir que Alexandre de Moraes está sob análise e pode ser um dos alvos da medida.

“Estamos analisando esses casos, especialmente na América Latina, onde há tentativas de intimidar empresas americanas e silenciar cidadãos norte-americanos”, disse Rubio em audiência no Congresso. A fala alimenta especulações sobre futuras sanções, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky, usada para punir violações de direitos humanos.

Articulação bolsonarista

A ofensiva contra Moraes nos EUA tem contado com o apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente morando nos Estados Unidos, tem liderado articulações com figuras da direita trumpista. Ele busca convencer autoridades americanas a aplicar sanções ao ministro brasileiro sob a alegação de censura e perseguição política.

Eduardo tem usado como argumento as decisões de Moraes que levaram à suspensão temporária de plataformas como a Rumble e o X (antigo Twitter), após descumprimento de ordens judiciais e ausência de representação legal no Brasil.

Embate global

O embate entre o STF e plataformas digitais ganhou novos contornos nos últimos anos. Alexandre de Moraes se consolidou como figura central no enfrentamento à desinformação e aos ataques ao sistema eleitoral brasileiro, especialmente após as tentativas de golpe de 2022.

Para a direita internacional, Moraes tornou-se símbolo de censura. Para a esquerda brasileira, ele é visto como defensor da democracia. Como destacou o New York Times, o ministro é tratado por seus críticos como autoritário, mas por seus apoiadores como “salvador da democracia” brasileira.

Enquanto a disputa entre poderes e soberanias se intensifica, Lula deixa claro que não aceitará pressões externas: “Eu nunca critiquei a Justiça deles. Eles que respeitem a nossa”, afirmou o presidente.

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