Prefeito e cinco vereadores eleitos em 2024 aparecem na lista suja do trabalho escravo
São ligados a empresas autuadas por condições degradantes de trabalho

Em 2024, um prefeito e cinco vereadores eleitos foram incluídos na chamada "lista suja" do trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho. Esses políticos estão associados a empresas que foram flagradas explorando trabalhadores em condições degradantes, como jornadas exaustivas, falta de água potável e riscos à saúde.
A lista, atualizada semestralmente, reúne empregadores que foram autuados por submeter seus funcionários a situações análogas à escravidão. Dentre os nomes envolvidos, estão Marcus Rinco (União), prefeito de Alto Paraíso de Goiás (GO), e os vereadores Fernando Morandi (PSB-PR), Eduardo Lima (PSB-CE), Fabiano (MDB-PI), Manoel Nascimento (Republicanos-PI) e Gilvan Macedo (Avante-BA).
As investigações indicaram irregularidades graves, como a falta de registro formal de empregados, alojamentos precários e ausência de equipamentos de proteção. Em uma das empresas relacionadas aos políticos, os trabalhadores eram forçados a fazer suas necessidades ao ar livre devido à ausência de banheiros. Outra empresa foi multada por pagar salários abaixo do mínimo necessário para a subsistência dos funcionários.
Apesar das autuações, a presença na lista não impede os políticos de exercerem seus mandatos, uma vez que a inelegibilidade só ocorre com uma condenação judicial definitiva. Algumas das empresas associadas aos políticos ainda não quitaram as multas e figuram na dívida ativa da União.
A Comissão Pastoral da Terra criticou a situação, chamando de "contraditório" o fato de gestores públicos estarem envolvidos em casos de trabalho escravo. Auditores fiscais do trabalho, por sua vez, destacaram que a inclusão na lista não é uma punição, mas uma forma de transparência para que a sociedade tenha acesso a essas informações.
As defesas dos citados afirmam que já tomaram medidas para corrigir as falhas e que seguirão os trâmites legais. O Ministério do Trabalho continua monitorando os empregadores listados e aplicando sanções em casos de reincidência.
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