Segurança Pública

Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes

São as ferramentas Lupa App e Face PI para melhorar e modernizar a inteligência policial


Ccom Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes
Piauí desenvolve tecnologia de reconhecimento facial para solucionar crimes

O Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI), anunciou ferramentas, nesta quarta-feira (6), o lançamento de duas novas tecnologias para aprimorar a inteligência policial no estado. Durante o Workshop "LGPD e Segurança: Conectando Privacidade e Eficiência", realizado no Centro de Educação em Tempo Integral (Ceti) Governador Dirceu Arcoverde, foram apresentados o Lupa App e o Face PI . O Lupa App permitirá que os policiais militares realizem consultas em tempo real durante abordagens, enquanto o Face PI , com uma base de dados de 800 mil rostos piauienses, utilizará tecnologia de reconhecimento facial para auxiliar na resolução de crimes.

Lupa App: Agilidade nas abordagens

O Lupa App será disponibilizado para todos os operadores de segurança pública do Piauí, o que inclui aproximadamente 9 mil policiais. Este aplicativo para smartphones facilita consultas rápidas e seguras sobre pessoas, veículos, crimes, celulares comprados ou furtados, mandados de prisão em aberto, histórico policial, entre outras informações, tudo com dados criptografados para garantir a segurança das informações. O Lupa App tem como objetivo agilizar o trabalho da polícia nas ruas, oferecendo, diretamente na palma da mão, as informações possíveis para uma abordagem mais eficiente.

Face PI: Reconhecimento facial com foco na privacidade

Já o Face PI está em fase de estudos, pois envolve um equilíbrio delicado entre o combate ao crime e o direito à privacidade. Uma ferramenta foi desenvolvida pelo Núcleo de Estudos Avançados em Segurança Pública do Piauí (DataSSP) , que criou um algoritmo próprio de reconhecimento facial, treinado com uma base de rostos piauienses, com o intuito de aprimorar o desempenho da plataforma. O uso do Face PI será pensado com a sociedade, especialmente por conta das questões relacionadas à privacidade, e será cuidadosamente regulamentado para garantir que os direitos fundamentais sejam respeitados.

Tecnologia para uma segurança pública mais eficiente

O governador Rafael Fonteles ressaltou que a implementação dessas tecnologias visa criar soluções básicas na inteligência e integração de dados, tornando a segurança pública mais eficiente. "Estamos avançando com essas ferramentas, e temos orgulho de nossa polícia, que apresenta os menores índices de violência e letalidade policial do país. A tecnologia deve respeitar a democracia e os direitos humanos, sempre com foco na promoção de uma cultura de paz", afirmou.

Discussão sobre o uso da tecnologia

O secretário de Segurança Pública, Chico Lucas , destacou a importância do debate com a sociedade sobre o uso dessas ferramentas, especialmente o Face PI . "É fundamental discutir até onde a tecnologia pode ser utilizada para combater o crime sem invadir a privacidade das pessoas. Vivemos em um Estado de Direito, e é importante que a sociedade participe desse debate, considerando os avanços trazidos pela inteligência artificial e outras tecnologias" , afirmou.

Resultados positivos do Lupa

Antes de ser lançado como um aplicativo, o Lupa operava como um bot por meio de um aplicativo de mensagens e já apresentou resultados significativos. Apenas no primeiro dia de operação, foram recuperados 50 celulares roubados ou furtados. O bot foi responsável por 20% da recuperação total de celulares no estado, realizando 264 mil consultas, com 52.306 resultados positivos. Com a versão em aplicativo, espera-se que os números cresçam ainda mais, já que os policiais terão acesso direto a essas informações durante suas abordagens.

A diretora de Inteligência da SSP, delegada Anchieta Nery , explicou que o Lupa App permite que cada policial realize consultas em tempo real, complementando a necessidade de um computador para essas verificações. “A ideia é que o policial tenha todas as informações à mão, como por exemplo, verificar se um celular é roubado ou se um documento é falso, diretamente no local da abordagem”, explicou Nery.

Fase de testes do Face PI

Em relação ao Face PI , a ferramenta passará por uma fase de testes e discussão pública para avaliar seu impacto e a assertividade do algoritmo, além de garantir que não haja discriminação. “Queremos garantir que o uso da tecnologia seja eficaz, sem prejudicar os direitos individuais”, concluiu o delegado.

Essas iniciativas marcam um avanço importante para a segurança pública no Piauí, promovendo o uso de tecnologia de ponta para elucidar crimes e garantir mais eficiência na atuação policial, sempre respeitando os direitos e a privacidade dos cidadãos.

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