Perfil da população quilombola no Piauí
No Piauí, foram contadas 31.786 pessoas quilombolas, o que representa cerca de 0,97% da população do estado, indicador superior à média do país
O IBGE divulgou nesta sexta-feira (03) novos resultados do Censo Demográfico 2022 para a população quilombola e indígena residente no Brasil, agora sob o enfoque de idade e sexo. Para fins censitários, o IBGE considera como localidades quilombolas aquelas que compõem o conjunto dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, dos agrupamentos quilombolas e das demais áreas de conhecida ou potencial ocupação quilombola.
No Brasil, em 2022, foram contadas 1.330.186 pessoas quilombolas, residindo em territórios quilombolas oficialmente delimitados ou não, o que correspondia a 0,65% da população do país. No Piauí, foram contadas 31.786 pessoas quilombolas, o que representa cerca de 0,97% da população do estado, indicador superior à média do país. Em termos quantitativos, o Piauí tem a sétima maior população quilombola do Brasil.
O estado com o maior quantitativo de população quilombola é a Bahia, com 397.502 pessoas, seguido do Maranhão, com 269.168 pessoas. Somando a população quilombola da Bahia e do Maranhão, temos um total de 666.670 pessoas, o que equivale a 50,17% da população quilombola total do país. Os estados de Roraima e do Acre foram os únicos que não apresentaram população quilombola.
Na presente divulgação dos resultados do Censo, quanto ao aspecto da idade da população quilombola, percebe-se no Piauí que essa população tem um perfil mais jovem que a população total residente no estado. Assim, observando-se a pirâmide etária, percebe-se uma proporção superior da população quilombola em relação à proporção da população total residente no estado para o grupo etário mais jovem de 0 a 24 anos, tanto para homens como para as mulheres. No grupo etário de 25 a 29 anos a proporção da população quilombola masculina ainda é superior à proporção da população masculina total do estado, mas no que se refere à proporção da população quilombola feminina, esta já passa a ser inferior à proporção da população feminina total do estado. A partir dos grupos etários de 30 anos em diante há um equilíbrio entre a proporção masculina quilombola e a masculina total do estado, enquanto a população feminina quilombola praticamente é sempre proporcionalmente inferior à proporção feminina total do estado. A pirâmide etária permite visualizar, também, uma queda na taxa de fecundidade, tanto na população quilombola como na população total residente no estado, com um estreitamento da população nos grupos etários da população mais jovem de 0 a 14 anos.
Analisando a população quilombola e a população total do estado em apenas três grupos etários distintos, de 0 a 29 anos, de 30 a 59 anos, e de 60 anos ou mais de idade, temos que a população quilombola piauiense tem uma proporção maior de pessoas jovens de 0 a 29 anos, de cerca de 48,69% do seu total, quando comparado com a população total do estado na mesma faixa etária, que é de 44,03%. No grupo da população de 30 a 59 anos, a população quilombola tem uma proporção de 37,79%, inferior à registrada para a população geral residente no estado, que é de 40,87%. No tocante à população idosa, de 60 anos ou mais de idade, a população quilombola tem uma proporção menos idosa, de cerca de 13,52% do seu total, quando comparada à proporção da população total residente no estado, de 15,1%.
Em 2022, dentre as 31.786 pessoas recenseadas como quilombolas no Piauí, um total de 8.419 pessoas residia efetivamente em territórios quilombolas oficialmente delimitados, o que dá cerca de 26,49% do total de quilombolas ou, aproximadamente, 1 a cada 4 quilombolas recenseados no estado. Portanto, 23.367 quilombolas piauienses, cerca de 73,51%, residiam fora dos territórios quilombolas oficialmente delimitados.
Nessa perspectiva de população quilombola residente ou não em territórios quilombolas oficialmente delimitados, percebe-se a existência de diferença no índice de envelhecimento daquelas populações entre si. O índice de envelhecimento da população quilombola como um todo no Piauí era de 57,25 pessoas de 60 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas de até 14 anos de idade. Por sua vez, o índice de envelhecimento para as pessoas quilombolas que moravam especificamente em territórios quilombolas era de 62,10 pessoas de 60 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas de até 14 anos de idade, superior ao índice de envelhecimento dos quilombolas que não moravam em territórios quilombolas, que era de 55,51, denotando um perfil relativamente mais jovem para esta última população. Comparandose o índice de envelhecimento da população total do estado (72,4) com o índice de envelhecimento da população total quilombola (57,25), percebe-se que a população quilombola apresenta um índice de envelhecimento menor que o total da população do estado.
Quando analisamos a população quilombola pela idade “mediana”, que é a medida de separação que utiliza o critério de idade para dividir a população em duas partes iguais, ou seja, é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população, temos que a idade mediana para a população quilombola piauiense como um todo é de 30 anos. Ao classificar a população quilombola segundo a localização de seu domicílio, se dentro ou fora de territórios quilombolas oficialmente definidos, temos uma pequena diferença na idade mediana, onde as pessoas quilombolas residentes dentro dos territórios tem uma idade mediana de 31 anos, um ano acima das pessoas quilombolas residentes fora dos territórios quilombolas, que apresentaram idade mediana de 30 anos. Se compararmos a idade mediana total da população quilombola, que é de 30 anos, à idade mediana da população total piauiense, que é de 34 anos, percebe-se que a população quilombola é 4 anos relativamente mais jovem que a população total do estado.
Com informações do IBGE no Piauí
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