O neoliberalismo precisa do autoritarismo
A prisão do Deputado Daniel Silveira expôs a olhos nus a pior faceta do bolsonarismo que hoje comanda o Brasil: o seu autoritarismo e o desejo de mandar sem ter nenhuma oposição. Ou seja, o desejo de ser uma ditadura.
O Deputado preso, ao longo da sua vida política se notabilizou por desdenha das instituições democráticas e dos direitos humanos. Quebrou placa em homenagem a Marielle Franco e defende a ditadura militar e o AI-5. Como seu ídolo Presidente, por mais de uma vez, defendeu as ações violentas do Regime Militar e, mais recentemente, defendeu o fechamento do Supremo Tribunal Federal. O que estar por trás desse discurso? O desejo de instaurar um regime autoritário no País.
Esse desejo provavelmente não é um desejo saudosista dos tempos da ditadura militar, mas está diretamente relacionado aos anseios dos grupos econômicos neoliberais que apoiam o governo. Não há como implantar um Estado Mínimo sem autoritarismo. O Chile, onde trabalhou o Ministro da Economia, Paulo Guedes, é um exemplo disse. Lá foi o maior laboratório do neoliberalismo no mundo nos anos 70 e 80. Agora esse laboratório veio ao Brasil, e pretende ficar por muito tempo.
Contudo, a propaganda maciça e o uso de redes sociais que viraram a marca do bolsonarismo tem um prazo de vencimento. Essas estruturas conseguiram em poucos anos incutir na cabeça de muitos brasileiros a ideia de que o neoliberalismo é bom, e que temos que ser “empreendedores” de nós mesmos. Mesmo pessoas simples e que necessitam de amparo estatal caíram nessa onda e passaram a defender o neoliberalismo e até atacar programas sociais que vieram dos governos petistas. Mas essa ação predatória da propaganda bolsonarista não está funcionando mais como antes, e tem hora para se esgotar.
Os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis e dos alimentos, o desemprego em massa, a falta de ajuda aos mais pobres na pandemia, a falta de vacinação da população, e o fim de programas sociais importantes como o Minha Casa Minha Vida, começam a pesar na popularidade do Presidente. O povo já está se dando conta que comprou “gato por lebre”, e que não tem sentido continuar seguindo cegamente um líder político enquanto faz a comida com carvão ou lenha. É possível que em pouco tempo esse sentimento se torne amplamente majoritário e que tenhamos uma queda significativa da popularidade do Presidente, com grandes chances de cair fora do cargo. É aguardar mais uns meses para conferir.
Enfim, o que se percebe é que os chamados “liberais” da economia precisam do autoritarismo para passar o trator neoliberal. Em algum tempo a resistência ao desmonte do Estado Brasileiro vai ganhar as ruas. E mais do que nunca eles podem querer se apegar à força das armas. Estejamos preparados, todos os democratas do País, a defender a democracia. Ela corre risco em nosso País.
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