Mulher morre horas após fazer "harmonização de bumbum"; médico é investigado

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) abriu uma investigação para apurar as circunstâncias que envolvem a morte de Adriana Barros Lima, que ocorreu poucas horas após ela passar por um procedimento estético de "harmonização de bumbum" na clínica Bodyplastia, localizada no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. A informação foi divulgada pelo portal g1.

De acordo com o Cremepe, o médico responsável pelo procedimento, Marcelo Vasconcelos, não tem registro ativo no estado de Pernambuco. Além disso, a clínica onde o procedimento foi realizado não possui a infraestrutura adequada para a realização de intervenções médicas dessa natureza.

Fiscalização Emergencial

A morte de Adriana gerou grande repercussão, levando o Cremepe a realizar uma vistoria emergencial na clínica Bodyplastia. Em nota enviada à TV Globo, o órgão apontou irregularidades graves no estabelecimento. A nota informa que, durante a fiscalização, foi verificado que o médico responsável não possui registro regular no Conselho Regional e que as condições do ambiente não atendem aos requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Durante a vistoria, foi constatado que o médico responsável pelo atendimento não possui registro regular junto a este Conselho Regional e que o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção, o que o torna incompatível com os requisitos de segurança exigidos pelo CFM”, afirmou o Cremepe.

Defesa do Médico

O médico Marcelo Vasconcelos se pronunciou ao portal g1, afirmando que já protocolou toda a documentação necessária para obter o registro em Pernambuco e que está aguardando a liberação desde outubro de 2024. Ele negou qualquer irregularidade tanto na clínica quanto no procedimento realizado.

"Estou ciente da visita do Cremepe à clínica, mas a clínica está completamente habilitada. Possui as licenças necessárias, tem o carrinho de parada [cardíaca], tudo o que é necessário para a realização de um procedimento minimamente invasivo, como o que foi feito na paciente", declarou.

Em relação à falta de registro em Pernambuco, Vasconcelos explicou que tem inscrições ativas em outros três estados e que seu registro principal está no Rio de Janeiro. “Meu registro base é no Rio de Janeiro. Tenho CRM nos estados de São Paulo, Ceará e Pernambuco. Desde outubro, estou aguardando a liberação. Já foi protocolado e tenho todos os documentos aqui. Não há nada irregular quanto a isso”, afirmou.

Substância em Questão

A investigação também levanta questões sobre o uso de PMMA (polimetilmetacrilato), substância vetada pelo CFM para fins estéticos. O uso do PMMA é permitido apenas em casos muito específicos, como em reconstruções faciais ou tratamentos de lipodistrofia. Contudo, a substância é frequentemente aplicada de forma irregular em procedimentos estéticos, o que poderá ser um dos focos da investigação.

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