“Modelo agroexportador vai transformar o Brasil em um deserto", alerta cientista
Alexandre Costa critica as queimadas do agronegócio e alerta sobre os impactos devastadores da pecuária e combustíveis fósseis no meio ambiente
247 - Durante sua participação na TV 247, o cientista do clima e professor da Universidade Estadual do Ceará, Alexandre Costa, fez duras críticas ao modelo agroexportador brasileiro e às práticas do agronegócio, especialmente no que tange às queimadas. Costa descreveu esse sistema como “um modelo de morte”, apontando que a pecuária extensiva e a produção voltada para exportação estão levando o Brasil ao limite ambiental.
“O modelo agroexportador é absolutamente insustentável”, afirmou Costa. Segundo ele, a combinação de pecuária e combustíveis fósseis está promovendo a destruição da biodiversidade e colocando o futuro do Brasil em risco. “O binômio pecuária e combustíveis fósseis vai tornar o Brasil – o território mais sócio-biodiverso do planeta – em deserto”, alertou o cientista, destacando a crescente perda de áreas nativas como o Cerrado.
Costa também apontou a contradição entre o discurso de produção agrícola e a realidade dos destinos dessa produção. “Ao invés de se produzir comida para as mesas das pessoas, produz-se o insumo que vai virar ração de suínos na China ou de frangos na Europa. Perdemos mais da metade do Cerrado para isso, por míseros dólares do agronegócio”, criticou o professor.
O cientista ainda ressaltou que as queimadas, prática comum para expansão de áreas agrícolas e pastagens, estão diretamente relacionadas com o aumento da poluição do ar e a escassez de chuvas, fatores que têm agravado a crise climática no Brasil. Nos últimos dias, várias cidades brasileiras atingiram níveis alarmantes de poluição, classificados como “perigosos” para a saúde humana.
Costa defende que é fundamental a busca por alternativas sustentáveis que garantam a preservação dos recursos naturais e a produção de alimentos voltada ao consumo interno, e não apenas ao lucro das exportações.
Deixe sua opinião: