Internacional

Maduro é reeleito presidente da Venezuela. Oposição contesta

Chile e Argentina ficam do lado dos opositores de Maduro. Rússia, China e Irã reconhecem resultado. Brasil e EUA são cautelosos


Maduro é reeleito presidente da Venezuela. Oposição contesta
Nicolas Maduro

Com 80% das urnas já apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Nicolás Maduro venceu as eleições na Venezuela. O órgão afirma que, com esse percentual de urnas contadas até o momento, a vitória de Maduro é considerada "irreversível".

De acordo com o CNE, Maduro conquistou 51,2% dos votos até agora, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González, obteve 44,2%.

A oposição ainda não se manifestou.

De acordo com o Conselho, um total de 21 milhões 620 mil 705 eleitores venezuelanos no país e 228 mil eleitores residentes no exterior foram habilitados a exercer o seu direito de voto, nos mais de 15.000 centros de votação distribuídos por todo o país.

O dia da eleição começou às 06h00 locais (10h00 GMT) e terminou às 18h00 (22h00 GMT). As eleições contaram com amplo apoio internacional, com participantes de todo o mundo, incluindo observadores estrangeiros do Centro Carter dos Estados Unidos, do Conselho de Peritos Eleitorais da América Latina, do Painel de Peritos da ONU e outros.

Entre os milhares de acompanhantes estão políticos, acadêmicos, parlamentares, intelectuais, jornalistas e personalidades da América Latina, Caribe, Europa, África, América do Norte e Ásia.

Oposição venezuelana

Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, declarou que Edmundo González Urrutia é o legítimo presidente eleito da Venezuela, tendo a oposição supostamente alcançado 70% dos votos nas eleições realizadas neste domingo. "Ganhamos e todo mundo sabe", afirmou Machado durante uma coletiva de imprensa. Segundo ela, Edmundo González Urrutia recebeu 70% dos votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 30%. "Isso não é mais uma fraude. Isso é desconhecer e violar a soberania popular", comentou a presidente do partido Vente Venezuela. A líder opositora destacou que a comunidade internacional está ciente do ocorrido e exortou os membros de mesa a permanecerem nos centros de votação para assegurar as cartas de votação.

Governo Lula só vai reconhecer vitória de Maduro depois da divulgação de todos os boletins de votos

O governo brasileiro solicitou à missão da ONU destacada na Venezuela e ao Carter Center que averiguem a acusação dos movimentos de oposição que, na noite deste domingo (28), denunciam problemas que teriam ocorrido na apuração dos votos da eleição presidencial, escreve o jornalista Jamil Chade no UOL.

Tanto a ONU como o Carter Center foram recebidos na Venezuela como observadores. 

A oposição venezuelana insiste que não teve acesso a muitos boletins de urnas. Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer que os observadores verifiquem a procedência da acusação.

Outros países 

EUA

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos tinham "sérias preocupações de que o resultado anunciado não refletisse a vontade ou os votos do povo venezuelano". Blinken pediu que as autoridades eleitorais publicassem uma tabulação detalhada dos votos.

"Vimos o anúncio há pouco tempo pela comissão eleitoral venezuelana. Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflete a vontade ou os votos do povo venezuelano", afirmou o secretário de Estado norte-americano, segundo a Reuters. 

Chile

O presidente do Chile, Gabriel Boric, diz que é "difícil de acreditar" na vitória de Maduro e que o Chile não reconhecerá nenhum resultado "que não seja verificável". "A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das ações e do processo, e os auditores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados", escreveu Boric.

Argentina

O presidente argentino, por sua vez, postou durante a madrugada: DITADOR MADURO, FORA!!! Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo espera que esta reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte. A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular. 

Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou Nicolás Maduro por ser reeleito presidente da Venezuela, destacando a parceria estratégica entre Moscou e Caracas.

"As relações russo-venezuelanas têm a natureza de uma parceria estratégica. Estou confiante de que sua atividade como chefe de Estado continuará a contribuir para o seu desenvolvimento progressivo em todas as frentes", disse Putin, conforme citado no canal do Telegram do Kremlin. "Isso atende plenamente aos interesses de nossos povos amigos e está em consonância com a construção de uma ordem mundial mais justa e democrática", disse Putin.

"Gostaria de reafirmar a prontidão para continuar nosso trabalho conjunto construtivo sobre questões-chave da agenda bilateral e internacional", acrescentou o presidente russo.

China

O governo chinês parabenizou nesta segunda-feira (29) o presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo triunfo nas eleições presidenciais, relata a Telesur. Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, destacou a amizade e a parceria entre Pequim e Caracas, afirmando que ambos os países são "bons amigos e parceiros que se apoiam mutuamente".

Lin Jian ressaltou a importância do desenvolvimento das relações sino-venezuelanas e declarou que a China está "disposta a trabalhar" com a Venezuela para promover o conteúdo de sua parceria estratégica. Ele expressou a esperança de que o fortalecimento dos laços entre os dois países "beneficie ambos os povos".

Irã

A República Islâmica do Irã também felicitou o povo venezuelano pela realização das eleições presidenciais, destacando a institucionalização do processo democrático no país sul-americano.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kanaani, escreveu na rede social X que, apesar das "ameaças e sanções injustas" contra os venezuelanos, a participação massiva do povo nos comícios e a supervisão de centenas de observadores internacionais de outros países, instituições e organizações indicam a consolidação da democracia na Venezuela.

Kanaani também parabenizou Nicolás Maduro por sua reeleição como presidente e reafirmou a postura do governo iraniano em "apoio e solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela para impulsionar programas de desenvolvimento e fortalecer a cooperação bilateral".

Com informações do 247


 

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