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Israel acusa Irã de violar cessar-fogo e diz que “responderá com força”

Israel promete ofensiva intensa após lançamento de mísseis iranianos horas depois do início da trégua mediada por EUA e Catar


Reprodução Israel acusa Irã de violar cessar-fogo e diz que “responderá com força”
Esses comandantes loucos organizam batalhas e a cada conflito mais escombros

Em mais um capítulo da escalada de tensão no Oriente Médio, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou nesta terça-feira (24) que o país responderá com “força total” ao que chamou de “violação completa” do cessar-fogo por parte do Irã. O acordo, mediado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previa uma trégua que teria entrado em vigor poucas horas antes do incidente.

Segundo Katz, as Forças de Defesa de Israel (IDF) foram instruídas a intensificar operações contra alvos estratégicos em Teerã. “Instruí o IDF, em coordenação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a manter a operação intensiva para atingir a infraestrutura do regime iraniano e impedir sua capacidade terrorista”, afirmou.

As IDF confirmaram a interceptação de dois mísseis lançados do Irã contra território israelense. Apesar disso, a versão foi negada com veemência por fontes iranianas. A agência semi-oficial ISNA e a Nour News, ligada ao governo, classificaram a acusação como falsa. Um alto funcionário da segurança do Irã disse à CNN que, após as 7h30 da manhã (horário local), “nenhum míssil foi disparado contra o inimigo”.

A origem da nova ofensiva teria sido um ataque anterior atribuído ao Irã, que deixou quatro mortos e vários feridos em Beersheba, no sul de Israel. O comandante das IDF, tenente-general Eyal Zamir, classificou o episódio como uma “grave violação do cessar-fogo” e prometeu retaliação imediata.

Do lado iraniano, a retaliação ocorre em resposta a ataques recentes de Israel contra lideranças militares e instalações nucleares do país, incluindo centros de enriquecimento de urânio. O chefe do programa nuclear iraniano, Mohammad Eslami, afirmou que as operações atingidas serão restauradas para evitar interrupções. Teerã já teria lançado, desde o início do conflito, cerca de 550 mísseis balísticos e mil drones contra Israel, resultando em 28 mortes e milhares de feridos.

A tensão também chegou ao cenário político. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou que “Teerã vai tremer” e parlamentares da oposição, como Avigdor Liberman, exigiram uma resposta mais dura. “Três horas e meia depois do anúncio de Trump, o Irã dispara contra o norte de Israel. Isso não pode passar em branco”, declarou.

As sirenes voltaram a soar no norte israelense e, por algumas horas, moradores foram orientados a buscar abrigo. Já na Faixa de Gaza, 21 pessoas foram mortas por ataques israelenses próximos a um ponto de distribuição de ajuda humanitária, segundo autoridades locais ligadas ao Hamas. O Exército israelense não comentou o caso, ocorrido em área previamente declarada zona militar.

Com os ânimos inflamados, o novo episódio mina as frágeis tentativas de retomada diplomática entre os dois países e acende o alerta para uma escalada ainda mais agressiva no conflito. A ameaça de Israel de atacar diretamente “o coração de Teerã” representa um ponto de inflexão perigoso, com potencial de repercussões internacionais imprevisíveis.

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