Líder do Grupo Wagner morre em queda de avião na Rússia, diz agência
Prigozhin travou uma disputa pública com o comando militar russo, a quem acusou de incompetência e falta de apoio.
O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu numa queda de avião nesta quarta-feira (23), segundo informações da agência russa Tass. Um jato executivo da Embraer caiu na região russa de Tver, matando todos a bordo, segundo o Ministério de Emergências informou à agência.
“O avião da Embraer estava na rota entre Sheremetyevo e São Petersburgo. Havia três pilotos e sete passageiros a bordo. Todos morreram”, informou a fonte.
A Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya), que iniciou uma investigação sobre a queda do avião, informou que o nome de Prigozhin estava na lista de passageiros. Veja o vídeo da queda aqui.
O líder do Grupo Wagner, Evgeny Prigozhin, é uma das 10 vítimas que morreram depois que um jato caiu nesta quarta-feira (23), em Moscou.
— GloboNews (@GloboNews) August 23, 2023
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Prigozhin, de 62 anos, nasceu em Leningrado (hoje São Petersburgo) e em 1981, quando tinha apenas 20 anos, foi condenado à prisão por roubo, fraude e envolvimento numa rede de prostituição de menores.
Ficou nove anos detido e quando foi liberado, abriu uma rede de lanchonetes de cachorros-quentes com o padrasto. O empreendimento deu certo e Prigozhin começou a ampliar seus investimentos: uma rede de mercados, cassinos, restaurantes e um serviço de catering.
Nestes dois últimos negócios, começaram no início dos anos 2000 as relações com o atual presidente russo, Vladimir Putin, que lhe renderam o apelido (dado pela imprensa americana) de “chef do Putin”: em seu restaurante flutuante, o líder russo passou a receber chefes de Estado como o então presidente francês Jacques Chirac e o americano George W. Bush.
Prigozhin obteve contratos para fornecer alimentação para escolas, repartições públicas e as forças armadas russas. Entretanto, suas relações com a gestão Putin foram muito além desses serviços.
O Grupo Wagner auxiliou os separatistas pró-Rússia do leste ucraniano a partir de 2014 e as forças do Kremlin na anexação da Crimeia, naquele ano, e fez o mesmo no conflito iniciado na Ucrânia no começo de 2022.
Entretanto, Prigozhin travou uma disputa pública com o comando militar russo, a quem acusou de incompetência e falta de apoio.
Em 24 de junho deste ano, os combatentes do Wagner entraram em território russo depois que o líder do grupo acusou a Rússia de ter atacado um acampamento da milícia. Entretanto, quando a marcha estava a cerca de 200 km de Moscou, o motim foi interrompido por meio de um acordo intermediado pelo ditador Alexander Lukashenko e Prigozhin aceitou se exilar em Belarus.
O Grupo Wagner também tem histórico de atuação em outros países, como Síria, Venezuela e Sudão, e nesta semana Prigozhin havia aparecido em um vídeo, sugerindo estar na África.
Prigozhin também estaria por trás da chamada Fábrica de Trolls de São Petersburgo, que promoveu invasões e ações de desestabilização na internet em todo o mundo.
Com informações do Gazeta do Povo
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