IMPRESSIONANTE: Presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros seria como "Tarzan sem a Chita"
Declaração polêmica de presidente da Conmebol causa indignação entre clubes brasileiros

Após fazer um discurso em português condenando o racismo, mas sem anunciar novas medidas concretas para combatê-lo, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, gerou revolta ao utilizar uma analogia envolvendo um macaco ao comentar a possibilidade de uma Libertadores sem clubes brasileiros.
A fala aconteceu após um episódio de racismo envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras, alvo de insultos de torcedores do Cerro Porteño durante uma partida da Libertadores Sub-20. Em resposta ao ataque, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sugeriu que os clubes brasileiros considerassem deixar as competições organizadas pela Conmebol.
Questionado pelo site BolaVip, na noite de segunda-feira (17), sobre como seria uma Libertadores sem os times do Brasil, Domínguez respondeu:
“Seria como o Tarzan sem a Chita.”
A declaração causou perplexidade entre os dirigentes de clubes brasileiros, que estavam no Paraguai para o sorteio da Libertadores. Muitos relataram terem assistido ao vídeo mais de uma vez, tentando confirmar se realmente se tratava de uma fala verdadeira e não de uma montagem.
A reação foi imediata. Clubes integrantes da Libra se mobilizaram para exigir uma retratação formal do presidente da Conmebol. Pouco depois, Domínguez publicou um pedido de desculpas nas redes sociais:
“Em relação às minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A CONMEBOL Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros.
Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a CONMEBOL. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação.”
A referência a Chita, personagem clássica dos filmes de Tarzan nos anos 1930, acabou amplificando o desgaste do presidente. O macaco, que interpretava uma fêmea na produção, era retratado como o animal de estimação de Tarzan e Jane. Chita morreu em 2011, aos 80 anos, em um santuário na Flórida, nos Estados Unidos.
Apesar do pedido de desculpas, a fala de Domínguez só aumentou o desconforto entre os clubes brasileiros, especialmente diante da recorrência de casos de racismo em jogos da Conmebol.
Durante seu pronunciamento, Domínguez havia afirmado que a entidade tem se esforçado para coibir atos racistas:
“A Conmebol é sensível a essa realidade. Como pode não ser à dor do Luighi? Nosso desafio é sermos justos com aqueles que são responsáveis por esses atos. A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está a seu alcance para mudar essa realidade. Mas isso não é suficiente.”
Ele concluiu dizendo que o racismo é um problema social que acaba refletindo no futebol:
“O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, tem origem na sociedade, mas afeta o futebol.”
Ainda assim, para os clubes brasileiros, as palavras do dirigente seguem longe de serem suficientes diante da gravidade do problema.
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