Grande Rio: saída de Paolla Oliveira e entrada de Virginia Fonseca divide opiniões
A troca provocou uma onda de polêmica e intensos debates

A troca da rainha de bateria da Acadêmicos do Grande Rio, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro, provocou uma onda de polêmica e intensos debates nas redes sociais e no meio do carnaval carioca. Após anos de reinado à frente da bateria "Invocada", a atriz Paolla Oliveira foi substituída pela influenciadora digital e empresária Virginia Fonseca. A decisão, anunciada oficialmente pela escola nesta semana, expôs a tensão entre tradição, visibilidade midiática e os novos rumos do carnaval.
Paolla Oliveira ocupava o posto desde 2020 e, ao longo desse período, consolidou uma relação de afeto e respeito com a comunidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde a escola está sediada. Sua presença na avenida sempre foi marcada por figurinos luxuosos, samba no pé elogiado por especialistas e um forte envolvimento com os eventos da escola, não apenas no carnaval, mas durante todo o ano. A atriz, inclusive, venceu o prêmio de melhor rainha de bateria em desfiles recentes, aumentando ainda mais seu prestígio.
Em contrapartida, a escolha de Virginia Fonseca surpreendeu parte do público. Embora seja um dos maiores nomes do universo digital, com mais de 45 milhões de seguidores nas redes sociais, Virginia não possui trajetória ligada ao samba ou ao carnaval. Conhecida por sua atuação como influenciadora e empresária do ramo de cosméticos, a escolha dela foi interpretada por muitos como uma aposta da escola para ampliar sua visibilidade nacional e atrair novos patrocinadores.
Em nota oficial, a direção da Grande Rio afirmou que a escolha de Virginia representa "a busca por inovação e o fortalecimento da marca da escola", destacando também "a admiração pela trajetória de sucesso e representatividade da nova rainha". A agremiação garantiu ainda que Paolla Oliveira saiu "de forma amigável e respeitosa" e que "as portas estarão sempre abertas para ela".
No entanto, a repercussão foi imediata e polarizada. Foliões tradicionais e segmentos do mundo do samba criticaram a decisão, alegando que ela reforça uma tendência de "espetacularização" do carnaval e a preferência por celebridades que garantem visibilidade midiática, mas que nem sempre têm ligação efetiva com a cultura do samba. "É preciso ter mais que seguidores para ser rainha de bateria, é preciso ter história, dedicação e, principalmente, samba no pé", afirmou um integrante da velha guarda da escola, que preferiu não se identificar.
Por outro lado, defensores da escolha de Virginia argumentam que o carnaval é, por excelência, um espaço de renovação e diversidade. "Ela pode surpreender e se apaixonar pelo samba. É importante que a escola se reinvente e dialogue com diferentes públicos", comentou um integrante da direção de marketing da Grande Rio.
Até o momento, nem Paolla Oliveira nem Virginia Fonseca se pronunciaram oficialmente sobre a troca, embora a atriz tenha publicado uma mensagem enigmática em suas redes sociais agradecendo "os anos de amor e dedicação" à Grande Rio, enquanto Virginia compartilhou imagens do anúncio oficial e escreveu: "Um sonho que nem sabia que tinha!".
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