Facções dominam prefeituras e influenciam eleições
Assumem prefeituras para desviar verbas e ampliar poder

Facções criminosas têm ampliado sua influência nas eleições municipais em cidades do interior do Brasil, interferindo nos resultados e buscando consolidar poder político e econômico. Um caso emblemático ocorreu em João Dias, no Rio Grande do Norte, onde o prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) foi executado por traficantes ligados a uma facção, em meio a uma intensa disputa política local.
De acordo com as investigações, Marcelo vinha sendo alvo de ameaças e tentativas de negociação por parte dos criminosos. Áudios revelaram que ele recebeu propostas de grandes quantias em dinheiro para deixar o cargo. Meses depois, cedeu à pressão e renunciou. O comando da prefeitura foi então assumido por Damária Jácome, irmã de um dos traficantes envolvidos no esquema, e, segundo a Polícia Civil do estado, a cidade passou a ser governada indiretamente pela facção.
A crescente articulação entre facções e o poder político local tem chamado a atenção das autoridades. O interesse dos grupos criminosos vai além do controle eleitoral: eles buscam acesso a recursos públicos, especialmente verbas federais destinadas aos municípios, para ampliar seus esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro.
Um relatório exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo, revelou que a Polícia Federal identificou a interferência de facções criminosas em pelo menos 42 cidades brasileiras nas últimas eleições municipais. Em São Paulo, uma facção teria investido bilhões de reais para apoiar candidaturas, com o objetivo de influenciar diretamente a administração pública e o destino de recursos públicos.
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