Ex-ministro do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, recebeu R$ 60 mil de investigado em fraude do INSS
Na oportunidade ele era candidato ao governo do RS

Onyx recebeu R$ 60 mil de investigado por fraudes no INSS durante campanha ao governo do RS
O ex-ministro da Previdência e do Trabalho do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, recebeu R$ 60 mil de um dos alvos da investigação sobre fraudes em descontos aplicados a aposentados vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A doação, feita em 30 de setembro de 2022, foi realizada por Felipe Macedo Gomes, então presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), entidade envolvida no escândalo.
A informação foi revelada pelo site Metrópoles e levanta suspeitas sobre a relação entre Lorenzoni e os esquemas de descontos que penalizaram segurados do INSS. O vínculo se torna ainda mais problemático quando se observa que, à época do início do acordo entre a ABCB e o INSS, em março de 2022, Onyx ocupava justamente o cargo de ministro da Previdência — posição estratégica para a assinatura do convênio, que acabou formalizado em agosto daquele ano, quando ele já estava em plena campanha ao governo do Rio Grande do Sul.
A ABCB, fundada em novembro de 2020, foi autorizada a aplicar um desconto de 2,5% nos benefícios de aposentados, sob o pretexto de oferecer “serviços e vantagens” aos associados — que, em muitos casos, sequer tinham conhecimento de que estavam vinculados à entidade. O repasse de recursos à associação só teve início após o acordo firmado com o ministério comandado por Lorenzoni, o que reforça suspeitas de favorecimento.
Relatórios da Polícia Federal indicam que Felipe Gomes ostenta um padrão de vida incompatível com os objetivos sociais da ABCB: ele é proprietário de dois jet skis e um Porsche. Em julho de 2024, técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) visitaram o endereço declarado como sede da associação e encontraram, no local, uma empresa completamente distinta — a Exponencial Distribuidora de Materiais Elétricos LTDA — sem qualquer sinal de operação da suposta entidade que deveria atender aos aposentados.
Onyx Lorenzoni, figura tradicional da direita gaúcha e um dos quadros mais fiéis ao bolsonarismo, já esteve no centro de outros episódios controversos. Em 2020, foi alvo de um acordo com a Procuradoria-Geral da República por ter recebido doações não declaradas da JBS — caso que ele mesmo admitiu, embora tenha minimizado como “erro”. Agora, mais uma vez, seu nome aparece conectado a práticas suspeitas de gestão pública, lobby e favorecimento, reforçando a imagem de um político que frequentemente transita nas fronteiras entre o público e o privado, com prejuízo para o interesse coletivo.
Deixe sua opinião: