Ciro quer governo do Ceará em aliança com Bolsonaro
Desagrada o PT e provoca reações no cenário político local

Ciro Gomes (PDT) começou a sinalizar interesse em disputar o governo do Ceará em 2026, em uma articulação que pode incluir o apoio de lideranças bolsonaristas no estado, seu principal reduto eleitoral. A informação foi divulgada pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Na última terça-feira (6), Ciro se reuniu com nomes da oposição cearense, incluindo parlamentares do PL, partido de Jair Bolsonaro. Durante o encontro, o ex-ministro não descartou a possibilidade de concorrer ao governo estadual numa chapa de oposição ao PT, que administra o Ceará há mais de uma década.
A eventual candidatura de Ciro atrai o interesse do PL, que almeja ocupar uma das vagas ao Senado na chapa oposicionista. Na mesma reunião, Ciro declarou apoio ao deputado estadual Pastor Alcides (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL-CE), como seu candidato ao Senado em 2026.
Ciro também revelou ter sido convidado por Tasso Jereissati, ex-senador pelo PSDB, a se filiar ao novo partido que poderá surgir da fusão entre PSDB e Podemos. Apesar disso, ele não confirmou sua saída do PDT.
Alerta no PT
A movimentação de Ciro já preocupa aliados do governador Elmano de Freitas (PT), que pode disputar a reeleição em 2026. Avalia-se que, com apoio de bolsonaristas e setores da direita e centro-direita, Ciro se tornaria um nome competitivo.
Diante desse cenário, cresce entre petistas a possibilidade de substituir Elmano por Camilo Santana (PT), atual ministro da Educação e ex-governador do estado entre 2014 e 2022, para disputar o Palácio da Abolição.
PDT em transição
Nesta semana, o PDT oficializou sua saída da base governista na Câmara dos Deputados. Durante a reunião que definiu a mudança, o presidente da sigla, Carlos Lupi, orientou os deputados a não estimularem, neste momento, uma nova candidatura presidencial de Ciro.
Segundo relatos, o próprio Ciro admitiu que lançar uma candidatura ao Planalto agora não seria estratégico, pois poderia atrapalhar possíveis alianças futuras. Lupi, por sua vez, sugeriu que o partido buscasse uma alternativa tanto a Lula quanto ao próprio Ciro para 2026.
Críticas a Lula e defesa de Lupi
Ciro também voltou a atacar o presidente Lula (PT), especialmente no contexto da crise no INSS. Ele acusou o petista de tentar “fritar” Carlos Lupi, atual ministro da Previdência e presidente licenciado do PDT, após a deflagração de uma operação da Polícia Federal.
Segundo Ciro, o escândalo envolvendo fraudes no INSS é de responsabilidade política compartilhada por Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula. Ele afirmou ainda que, enquanto o esquema movimentava R$ 200 milhões a R$ 300 milhões por ano nos governos anteriores, sob Lula esse valor teria saltado para R$ 3 bilhões anuais.
“Infelizmente, olhem o que dizem: ‘Começou com o Bolsonaro’. Verdade. Começou com o Temer, passou para o Bolsonaro, na faixa de R$ 200 milhões, R$ 300 milhões por ano. No governo Lula, passou para R$ 3 bilhões por ano”, declarou Ciro a jornalistas. Ele também criticou a nomeação de Wolney Queiroz para o Ministério da Previdência.
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