Candidata a delegada é eliminada de concurso por ser casada com ex-traficante

Uma candidata ao cargo de delegada da Polícia Civil de Santa Catarina foi eliminada do concurso público após a banca examinadora considerar seu casamento com um condenado por tráfico de drogas. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Metrópoles e revela que Lays Lopes Carneiro Barcelos, de 32 anos, havia sido aprovada em quatro das oito etapas do concurso organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), quando foi reprovada na fase de investigação social.

Lays, que é advogada, entrou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) para reverter a decisão. Ela alega que seu marido, Guilherme Henrique de Souza, foi condenado antes do início do relacionamento, destacando que o casal começou a namorar sete meses depois que ele deixou o envolvimento com o crime. A candidata defende sua integridade e sustenta que a eliminação fere princípios como razoabilidade, proporcionalidade e pessoalidade — o que significa que ninguém deve ser responsabilizado pelas ações de terceiros.

O desembargador João Henrique Blasi, relator do caso, concedeu liminar permitindo que a candidata continuasse no concurso. Em sua decisão, Blasi ressaltou que, sem a liminar, seria "impossível ou extremamente difícil" reverter os efeitos da eliminação posteriormente. Em resposta, a FGV recorreu, argumentando que não houve violação dos direitos da candidata e pediu a improcedência da ação.

O caso reabre o debate sobre a influência da vida pessoal de um candidato na sua admissão em carreiras públicas, especialmente em instituições policiais. Enquanto aguarda a decisão final, Lays continua na disputa pelas vagas, amparada pela decisão liminar.

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