Eles sentiram a pancada, estão recuando: Ciro Nogueira indica reconsiderar postura quanto ao IOF
Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, que conversou com o parlamentar, a posição do Congresso passou de irredutível para negociável

O senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, indicou um passo atrás do Congresso na relação com o governo do presidente Lula (PT) após os embates sobre o aumento do IOF, determinado pelo Executivo e derrubado por iniciativa de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados.
Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, que conversou com o parlamentar, a posição do Congresso passou de irredutível para negociável, mas desde que o petista aceite abrir mão de algumas escolhas.
“O que nós não aceitamos é pura e simplesmente um ajuste em cima do aumento do IOF. Se o governo quiser sentar para definir um corte linear, que envolva inclusive emendas, que não tenha vencedores e nem vencidos, uma solução negociada, nós estamos dispostos”, disse Nogueira em mensagem enviada a Daniela.
Segundo a jornalista, a mudança aconteceu após o enfrentamento direto do governo, que surpreendeu os parlamentares. Entre as medidas, Lula determinou que Jorge Messias, Advogado-Geral da União (AGU), acionasse o Supremo Tribunal Federal (STF) afim de restabelecer o aumento do IOF, além de aumentar o tom nas respostas ao Congresso e mobilizar a militância nas redes sociais contra Motta.
Em outro momento, o senador negou que o Congresso esteja articulado para iniciar algo como um processo de impeachment ou impedir que Lula governe o Brasil, mas que o presidente precisa aprender a lidar com uma casa legislativa de “maioria liberal”.
“Nós não queremos derrubar o presidente Lula. Nós não queremos inviabilizar o governo, mas este é um Congresso de maioria liberal e o presidente precisa a lidar com ele”, escreveu Ciro.
Mais de 70 organizações sociais, entidades estudantis, movimentos populares, sindicatos e coletivos divulgaram uma carta em que acusam os representantes do Congresso de agir como “guardião de privilégios” e de pressionar o governo Lula a realizar cortes em áreas sociais como saúde, educação e previdência.
O maior foco nas redes sociais é o presidente da Câmara, que ficou irritado com as críticas, especialmente em vídeos feitos com inteligência artificial.
Segundo aliados, Motta nega ter firmado qualquer compromisso com o Palácio do Planalto e avalia que está sendo injustamente responsabilizado pela derrota do governo na votação.
O perfil “Brasil – Sátira do Poder”, no TikTok, tem viralizado com vídeos que criticam, de forma satírica, o alinhamento de políticos do Centrão, em especial Hugo Motta, aos interesses da elite econômica.
Os conteúdos denunciam a atuação do parlamentar na defesa de medidas que beneficiam os mais ricos. Nos vídeos, o personagem “Hugo Nem Se Importa”, inspirado no presidente da Câmara, aparece ironizando o povo e debochando de políticas públicas.
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