Boulos prioriza reeleição de Lula e pode trocar candidatura por cargo no governo

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) indicou a interlocutores próximos que está disposto a não disputar um novo mandato na Câmara dos Deputados em 2026, caso seja convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar o governo. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo neste sábado (10).

Segundo aliados, Boulos reiterou que sua prioridade é contribuir com a reeleição de Lula e que, embora tenha conquistado expressiva votação em 2022, o PSOL tem condições de cumprir as cláusulas de desempenho eleitoral mesmo sem sua candidatura. “Se for para ajudar o governo e o projeto político que representamos, estou disposto a contribuir de outra forma”, teria afirmado o parlamentar.

O nome de Boulos vem sendo cogitado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada por Márcio Macêdo. A possibilidade de mudança na Esplanada dos Ministérios, no entanto, só deverá ser definida após o retorno de Lula de sua viagem oficial à China.

A eventual entrada de Boulos no governo esbarra na preocupação do presidente em evitar nomeações de figuras que tenham planos eleitorais para 2026. A legislação exige que ministros se afastem dos cargos seis meses antes do pleito. Com a estimativa de que até 20 ministros deixem suas funções para concorrer, o governo busca nomes que possam permanecer até o fim do mandato, estratégia que Boulos já teria sinalizado aceitar.

Figura central dos movimentos sociais e coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos tem forte presença nas redes sociais e é visto como elo importante com a base popular do governo. Sua eventual nomeação pode fortalecer o discurso político da gestão petista, especialmente diante das incertezas sobre a lealdade de partidos do centrão que hoje integram a coalizão, mas que podem migrar para a oposição nas eleições de 2026.

Nas eleições municipais de 2024, Boulos contou com o apoio direto de Lula na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O presidente atuou pessoalmente na aliança entre PSOL e PT e escolheu a ex-prefeita Marta Suplicy como vice da chapa. Apesar da articulação, Boulos foi derrotado no segundo turno pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que teve apoio da base bolsonarista.

Siga nas redes sociais