Augusto Aras e empresários golpistas: há possibilidade de impeachment do PGR
O jurista Marcelo Uchôa é quem chama a atenção para esta possibilidade

Os celulares apreendidos na operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal ontem revelaram conversas entre o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, e os empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado caso Lula (PT) vença as eleições deste ano.
A informação foi confirmada por fontes da própria PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens contêm críticas à atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes e também comentários sobre a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL). As conversas ainda estão sob sigilo, mas já são assunto entre ministros do Supremo.
O jurista Marcelo Uchôa destacou pelo Twitter que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pode sofrer impeachment se for comprovada a participação dele na defesa de um golpe de Estado no País junto com empresários bolsonaristas.
"Sobre o Aras trocar zap com empresários golpistas lembrar que o art.40 da lei 1079/50 (impeachment) lista como crimes de responsabilidade do PGR: 3. Ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições; 4. Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo", escreveu Uchoa naquela rede social.
Além de PGR, Aras também é procurador-geral-eleitoral e as mensagens com os empresários podem trazer problemas para ele nesta posição. Segundo a PGR, Moraes autorizou as buscas e comunicou a PGR da operação da PF somente depois de iniciada. No entanto, fontes ligadas ao ministro dizem que a PGR foi informada da operação na segunda-feira (22).
Um dos amigos do procurador-geral da República é o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa. Ele chegou a ser citado nominalmente no discurso de posse de Aras como PGR: “Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras.
Segundo assessores de Aras, ele tem conhecidos e amigos empresários e, portanto, há conversas entre eles. Os assessores reiteram que o procurador-geral da República soube somente hoje da operação e, assim sendo, não trocou informações sobre as diligências policiais. Afirmam ainda que as mensagens enviadas por Aras a um dos empresários que é alvo da investigação, são comentários “superficiais”.
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