Oscar de Barros

Prefeito “coitadinho”: a crise existe, é de gestão, não de caixa!

Prefeitura de Teresina: discurso de crise esconde gestão questionável


GP1 Prefeito “coitadinho”: a crise existe, é de gestão, não de caixa!
Silvio Mendes, o coitadinho

O prefeito de Teresina, Silvio Mendes, afirma que a gestão municipal está em crise, alegando “rombo bilionário” nas finanças públicas. Mas os números contam outra história. Entre janeiro e maio de 2025, a Prefeitura recebeu cerca de R$ 1,7 bilhão — R$ 250 milhões a mais que no mesmo período de 2024 — e mesmo assim não pagou a iluminação pública dos primeiros quatro meses de gestão. O pano de fundo evidencia que a alegada falta de recursos é, na verdade, resultado de escolhas administrativas duvidosas.

Um dos casos mais emblemáticos é o transporte coletivo. Apesar de reivindicar austeridade, o prefeito destinou R$ 4,75 milhões mensais às empresas de ônibus, totalizando cerca de R$ 24 milhões no período. Antigamente, esse subsídio girava em torno de R$ 2,5 milhões mensais — e, ainda assim, cerca de 60% da população utilizava o transporte público. Hoje, apenas 11% dependem do ônibus . O valor pago revela uma gestão sem prioridade real por eficiência e impacto social.

Além disso, decretou situação de emergência na área da saúde e no lixo — mas o prefeito tenta disfarçar descaso com os serviços. A licitação emergencial para coleta de lixo, prevista para junho, ocorre após suspensão via TCE de um contrato de R$ 1,9 bilhão por suspeitas de superfaturamento. 

Enquanto isso, vereadores aliados do prefeito desviam a atenção para temas nacionais — como a popularidade do governo Lula — e não debatem os problemas concretos da cidade. O prefeito adota o tom do “coitadinho” atingido por herança maldita da gestão anterior —  mas foi o próprio Sílvio quem  escolheu o vice que participou do governo anterior. Culpa-se gestões passadas como se o problema estivesse sempre na herança repassada, e nunca nas decisões tomadas agora.

É isso que torna o discurso de Mendes tão frágil: a vítima que ele assume ser, contrasta com a contínua expansão de despesas e o uso de contratos emergenciais que favorecem terceirizados — inclusive advogados, mesmo que o município conte com Procuradoria estabelecida. Todo esse quadro acontece sem auditoria independente ou transparência real sobre contratos e gastos.

Nas contas frias da gestão:

  • R$ 1,7 bilhão recebidos em cinco meses (R$ 250 milhões a mais que em 2024);

  • R$ 4,75 milhões/mês para o transporte, em contraste com subsídios anteriores de R$ 2,5 milhões, que atendiam 60% da população, enquanto hoje apenas 11% usam ônibus;

  • Situação emergencial na saúde e lixo, com licitação emergencial para coleta e suspensão de grande contrato por suspeita de fraude;

  • Atraso no pagamento da iluminação, num dos serviços básicos mais visíveis.

Teresina precisa de gestão com foco em resultados para a população, não de desculpas retóricas. A crise existe, mas é de gestão, não de caixa. 

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