As cartas trocadas entre Lula e papa Francisco
Francisco cultivou uma relação de respeito e proximidade com Lula

Durante seu pontificado pautado pela justiça social e pela defesa dos marginalizados, o papa Francisco cultivou uma relação de respeito e proximidade com Luiz Inácio Lula da Silva. Em momentos decisivos da trajetória recente do presidente brasileiro, especialmente durante o período em que enfrentou prisão e denúncias de perseguição política, o líder da Igreja Católica expressou apoio com gestos e palavras que transcenderam o protocolo diplomático.
Em março de 2019, Lula escreveu uma carta ao pontífice relatando perdas pessoais e refletindo sobre sua situação política. A resposta veio semanas depois, em 3 de maio, numa mensagem carregada de empatia. Francisco encerrou a correspondência com um apelo à fé e à resiliência:
“Quero […] lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”, escreveu o papa.
Esse não foi o primeiro sinal de solidariedade vindo do Vaticano. Em agosto de 2018, ainda durante o período de prisão do ex-presidente, Francisco enviou a Lula um terço e um exemplar do livro A Verdade Vencerá, com dedicatória pessoal. Os presentes foram levados até a cela em Curitiba pelo ex-chanceler Celso Amorim.
Na carta de maio, o papa também fez uma reflexão sobre o papel da política que encontrou eco entre setores progressistas e defensores da democracia:
“Estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas.”
Mais do que um gesto de cortesia, as mensagens de Francisco revelam a afinidade entre duas lideranças que, em campos distintos, compartilham uma visão de mundo pautada pela inclusão, pelos direitos humanos e pela esperança de transformação social.
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